Em declarações à Lusa, Pedro Nunes adiantou que o projeto prevê deslocar o bloco operatório de ambulatório para junto do bloco operatório central e também aumentar a capacidade da unidade de cuidados intensivos coronários de seis para 10 camas, além da aquisição de novo equipamento para ambos os serviços.

Segundo o presidente do conselho de administração do CHA, o bloco de ambulatório vai ficar no terceiro piso do edifício central do hospital de Faro, um piso abaixo do local onde já funciona o bloco central, ficando ambos ligados através de um acesso interior, para potenciar os recursos humanos e aumentar a segurança no transporte dos doentes.

Os projetos de alteração já estão feitos há mais de dois anos, mas a administração do centro aguarda ainda a aprovação do ministério da Saúde para avançar, embora Pedro Nunes esteja confiante de que deverá haver luz verde do Governo para se conseguir lançar as obras ainda este ano.

"Este investimento só é possível no Algarve na medida em que os hospitais estão articulados e já se faz uma gestão conjunta", argumentou, sublinhando que as poupanças decorrentes da criação do centro hospitalar, há um ano e meio, e, sobretudo, a injeção de capital por parte do ministério em 2014, permitiram liquidar uma dívida de 120 milhões de euros.

"Com o último aumento de capital social, de 24 milhões de euros, no final de 2014, e mais dez milhões de euros do orçamento do hospital, conseguimos pagar a dívida", afirmou aquele responsável, ressalvando que a administração conseguiu normalizar a situação financeira do centro no ano passado e que atualmente "não gasta mais do que o orçamento".

Segundo Pedro Nunes, o orçamento do CHA para este ano ainda não está fixado, mas o orçamento anual é de aproximadamente 180 milhões de euros, pelo que, mesmo que se avançasse com a obra do Hospital Central do Algarve, cinco milhões de euros representariam apenas um pequeno investimento.

"Não é por mais cinco milhões de euros que não se investe no velho hospital, sobretudo enquanto não tivermos capacidade para construir um novo", afirmou, argumentando que o equipamento novo que se for adquirindo pode sempre ser aproveitado e transferido para um novo hospital.

Em 2014, o centro tinha já investido na renovação de equipamentos em vários serviços, nomeadamente, com a aquisição de um novo equipamento para ressonância magnética no hospital de Portimão, que vai agora ser instalado, e de um sistema de navegação para neurocirurgia e cirurgia na especialidade de Otorrinolaringologia.

O CHA - criado em 2013 e que integra as unidades de Faro, Portimão e Lagos, foi alvo de dois aumentos de capital em 2014 - um primeiro, de 69,4 milhões de euros e um outro mais recente, de 24,6 milhões de euros -, o que permitiu ao centro sair da situação de falência técnica e iniciar 2015 sem dívidas.

Em janeiro de 2013 tinha sido inaugurado um novo espaço contíguo às Urgências do Hospital de Faro: uma área de Decisão Clínica com 560 metros quadrados, criada de raiz, e que custou 600 mil euros.