A insuficiência cardíaca é um dos principais motivos de internamento hospitalar nos idosos acima dos 65 anos e apresenta uma taxa de mortalidade superior a alguns cancros, afirmou hoje a coordenadora do Grupo de Estudos da Insuficiência Cardíaca (GEIC).
“Mesmo com o enorme avanço terapêutico que se tem registado, verifica-se que a mortalidade após cinco anos diagnóstico da doença é de 50 por cento. Quer isto dizer que é mais grave do que alguns cancros, por exemplo, o cancro da mama ou da próstata”, disse Brenda Moura.
A coordenadora do GEIC falava à Lusa a propósito do Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca que se assinala no sábado e que será assinalado no Porto com uma reunião científica com médicos de várias especialidades e com a realização de uma caminhada.
O grande objetivo destas iniciativas, promovidas pelo GEIC, é sensibilizar e informar a população em geral sobre o que é a insuficiência cardíaca (IC), os seus sintomas, a importância do papel do doente e o tratamento, entre outros.
Segundo a especialista, o diagnóstico da IC é difícil porque os sintomas e sinais, os dados do eletrocardiograma, da radiografia do tórax e os exames laboratoriais são inespecíficos, porque são idênticos aos de outras doenças.
As principais causas da IC são a doença das coronárias (como o enfarte do miocárdio) e a hipertensão, mas esta síndrome é também potenciada pela obesidade, diabetes, tabagismo, alcoolismo e doenças pulmonares, entre outras.
“O cansaço e a falta de ar são os principais sintomas, devendo os pacientes com doenças cardíacas estar muito atentos e comunicá-los ao seu médico, sobretudo porque estes sintomas confundem-se com os de outras patologias”, sublinhou Brenda Moura.
De acordo com a cardiologista, “a insuficiência cardíaca passa muitas vezes despercebida aos próprios médicos, pelo que é necessário o envolvimento das várias especialidades para triar e tratar estes doentes”.
O último estudo sobre a Insuficiência Cardíaca em Portugal realizou-se em 1998. Atualmente, Portugal está a participar num registo europeu de caracterização dos doentes com IC quer crónica, quer aguda.
Devido ao envelhecimento da população e à maior sobrevivência após enfarte do miocárdio, estima-se que a prevalência da insuficiência cardíaca continue a aumentar nos próximos anos.
08 de maio de 2012
@Lusa
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