
Muito recentemente, “notamos que, em relação às questões de automutilação e suicídio, não estamos atualizados e devemos fazer mais para garantir a segurança dos utilizadores”, explicaram os responsáveis do Instagram num texto publicado no blogue oficial da rede social.
O anúncio acontece dias depois de a única Ministra do Suicídio do mundo, a britânica Jackie Doyle-Price, ter comunicado um apertar de cerco às redes sociais.
A plataforma de partilha de fotografias, que anteriormente proibia qualquer publicação que encorajasse ou promovesse o suicídio ou automutilação, passa agora também a remover “imagens violentas e explícitas de cortes autoinfligidos”.
Alterações no feed
As fotos não vão aparecer nos resultados da pesquisa e não serão recomendadas pelos algoritmos do Instagram, que revelou estar a trabalhar com especialistas em saúde mental.
O tipo de conteúdo menos explícito não será “completamente removido porque não queremos estigmatizar ou isolar pessoas que possam estar em perigo e que tenham publicações relacionadas com atos de automutilação para pedir ajuda”, pode ler-se na publicação.
O Instagram, o Twitter ou o Google, estão constantemente a tentar limitar nas suas plataformas o conteúdo considerado polémico, enquanto tentem ao mesmo tempo evitar acusações de censura.
A plataforma de partilha de fotos, que possui mais de mil milhões de utilizadores em todo o mundo, também pondera tomar outras medidas, como desfocar certas imagens para que elas não sejam imediatamente visíveis.
Alerta saiu do Reino Unido
No Reino Unido, a recém-empossada ministra do Suicídio já delineou planos para diminuir as mortes em 10% até 2020, revelando que pretende usar Inteligência Artificial (IA) para detetar casos de risco. Para isso, Doyle-Price quer contar com a ajuda das gigantes tecnológicas como o Facebook e o Google.
Esta semana, em Londres, Jackie Doyle-Price não descartou a possibilidade de punir os responsáveis das redes sociais que não travem a proliferação de imagens, textos ou outros conteúdos que incentivem ao suicídio. Para isso, a ministra poderá fazer aprovar nova legislação nos próximos meses em conjunto com o Ministério da Cultura, Comunicação e Indústrias Criativas, uma pasta liderada pela britânica Margot James.
"Enquanto sociedade, precisamos de fazer tudo o que podemos para apoiar pessoas vulneráveis e em risco", apontou recentemente Doyle-Price, que esteve reunida no início da semana num evento da Aliança Nacional de Prevenção do Suicídio, em Londres, no Reino Unido (ver fotos).
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