O comprimento das caudas dos espermatozóides e a sua mobilidade são condicionados pela disfunção da proteína RABL2, diminuindo a produção de esperma, segundo um estudo publicado no jornal PLoS Genetics.

O estudo, que envolveu investigadores das universidade de Monash, Newcastle e de Cambridge, assim como dos centro de investigação médica John Curtin School e Garvan, na Austrália, revela que a mutação da proteína RABL2 influencia o tamanho dos espermatozóides, ficando com um comprimento de 17 por cento a menos que o normal. A disfunção desta proteína também afeta negativamente a produção de esperma, contribuindo para uma diminuição de 50 por cento.

Moira O’Bryan, investigador da universidade de Monash e responsável pelo estudo, afirma que esta descoberta é mais uma peça que encaixa no puzzle quebra-cabeças do desenvolvimento do esperma.

O’Bryan afirma que as mutações no gene RABL2 são certamente as responsáveis pela infertilidade masculina, adiantando que “a mobilidade é absolutamente essencial para a fertilidade”, sendo assim importante estudar a “função da cauda” pois pode revelar “muitas opções para uma necessária urgência na contraceção masculina.”

Para os investigadores, a RABL2 trabalha com outras moléculas conhecidas como proteínas intraflagelares que transportam a carga genética pela cauda do esperma. “As proteínas intraflagelares de transporte são como um comboio. Os nossos dados sugerem que o recarregamento do comboio sai defeituoso de a (proteína) RABL2 não funciona”, diz Jennifer Lo, investigadora na Escola de Ciências Biomédicas.”

“O comboio continua a correr nas caudas dos espermatozóides com a RABL” disfuncional, mas contém menos passageiros. O resultado final representa-se na formação e mobilidade anormais do esperma”, diz Lo. A investigadora adianta ainda que assim como as mutações na proteína RABL2 diminuem a produção de espermatozóides e a  sua habilidade para andar, pode ser possível inibir esta proteína num futuro fármaco para homens.”

Contudo, tal como a RABL2 foi descoberta, apesar de em pequenas concentrações, noutras zonas do corpo, como no cérebro, fígado e rins, ainda será necessário desenvolver um inibidor especifico para os testes.

O’Bryan  indica que a infertilidade masculina é a razão de muitas preocupações na saúde em geral.

“Muitos processos básicos no desenvolvimento do espermatozóides ocorre em pequenos níveis noutros órgãos do corpo. Assim, a apresentação de um tratamento de infertilidade masculina oferece a oportunidade de ele ter o filho que deseja mas também previne futuras doenças”, conclui O’Bryan.

15 de outubro de 2012

@SAPO