A incidência de quatro tipo de infeções associadas a cuidados hospitalares caiu para menos de metade nos 19 hospitais portugueses que participaram no programa da Fundação Gulbenkian "Stop infeção hospitalar" entre 2015 e 2017. O projeto foi aplicado durante três anos e contou com o envolvimento de mais 240 profissionais.

"Eram quatro as principais infeções que eram alvo do projeto. No agregado dos 19 hospitais, reduzimos em mais de 50% essas infeções", comenta Paulo Sousa, investigador e um dos mentores do projeto.

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Segundo o estudo, as infeções associadas a cateter vesical (algália) diminuíram 51% e as associadas a cateter vascular central 56%. Já pneumonias associadas à intubação caíram 51%. Por outro lado, houve 55% menos infeções nas cirurgias de prótese da anca e do joelho e menos 52% nas associadas às cirurgias à vesícula.

O desafio de reduzir a incidência destas infeções em 50% no prazo de três anos começou em 2015, altura em que Portugal tinha quase o dobro das infeções hospitalares do que a média europeia.

As medidas que fizeram a diferença

O projeto passou pela introdução e reforço de várias medidas de segurança junto dos profissionais de saúde, como o cuidado com a higiene das mãos, dos equipamentos que contactam com os doentes e com o isolamento dos doentes de risco, por exemplo.

Em Portugal, em 2013, as infeções hospitalares mataram sete vezes mais pessoas (4606) do que os acidentes de viação (637).

O Hospital de São João no Porto, o IPO do Porto, o hospital de Braga, o hospital de Guimarães, o hospital de Matosinhos, o Centro Hospitalar da Cova da Beira, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar de Lisboa Norte foram algumas das unidades que partiparam no projeto.