Deste acréscimo, um pouco mais de um quarto (1.920 mortes), foi atribuído a covid-19. De acordo com os dados preliminares mais recentes, entre 24 de agosto e 20 de setembro, registaram-se mais 1.015 óbitos do que a média, em período homólogo, de 2015-2019. “Nesse período registaram-se 119 óbitos por covid-19”, afirma o Instituto Nacional de Estatística na informação hoje divulgada.
De acordo com os dados obtidos através da informação registada nas conservatórias do Registo Civil, mais de 70% das mortes foram de pessoas com idade igual ou superior a 75 anos. “Comparativamente com a média de óbitos observada em período homólogo de 2015-2019, morreram mais 6.218 pessoas com 75 e mais anos, das quais mais 4.865 com 85 e mais anos”, refere o INE.
No total, morreram 31. 568 homens e 32.537 mulheres entre 02 de março e 20 de setembro, mais 2.970 homens e 4.174 mulheres em relação à média do período homólogo de 2015-2019.
“Uma das consequências mais dramáticas dos efeitos da pandemia covid-19 diz respeito ao aumento do número total de óbitos”, considera o INE, especificando que o número de mortes atribuídas a covid-19 “fornece apenas uma medida parcial desses efeitos”.
No total acumulado do ano, morreram 86.178 pessoas, mais 5.648 comparativamente à média de óbitos para o período homólogo de 2015-2019.
Nos primeiros dois meses de 2020, o número de mortes foi, em geral, inferior aos valores médios observados nos últimos cinco anos, mas enquanto em anos anteriores a mortalidade continuou a decrescer nos meses seguintes, em março deste ano começou a aumentar.
O maior acréscimo no número de óbitos relativamente à média 2015-2019 registou-se na região Norte, à exceção da última semana de junho e as primeiras de julho, em que este aumento foi superior na Área Metropolitana de Lisboa.
O INE observou ainda que enquanto nos países europeus a mortalidade tendeu a manter-se próxima de média dos últimos anos, entre as semanas 26 e 31 (de 22 de junho a 02 de agosto) o aumento do número de óbitos em Portugal relativamente à média é “muito significativo”, atingindo 43% na semana 29 (13 a 19 de julho).
Nas últimas semanas a sobremortalidade em Portugal diminuiu, atingindo valores inferiores aos do conjunto dos países europeus nas semanas 33 e 34 (17 a 30 de agosto), mas no início de setembro voltou a acentuar-se comparativamente à verificada nos outros estados europeus.
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