
A empresa pública responsável pela extinção do incêndio que dura há um ano e três meses nas Minas do Pejão, em Castelo de Paiva, espera conseguir apagar o fogo nos próximos quatro meses. A previsão é avançada à rádio TSF pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM). O fogo subterrâneo atinge o carvão no subsolo desde 15 de outubro de 2017.
A EDM garante que os meios no terreno estão "ajustados e adaptados às necessidades".
No local, estão alocados dois bulldozers pesados, quatro viaturas pesadas e dois veículos ligeiros de combate a incêndios, oito elementos especializados de combate a incêndios, equipamento proteção e monitorização, três técnicos de apoio e uma equipa de mecânica de prevenção, segundo a EDM.

Numa exposição dirigida ao ministro da Economia, este mês, o deputado Moisés Ferreira quis saber as medidas tomadas "para que, no mínimo, se dupliquem os meios no terreno, de forma a conseguir uma extinção do incêndio mais rápida e com menos consequências para a população" e porque não "foram alocados mais meios logo no início das operações".
O parlamentar do BE visitou o local, na freguesia de Pedorido, em dezembro, onde constatou a situação que disse preocupar a população.
"Desde os incêndios de outubro de 2017 que nesta zona continua a lavrar um incêndio subterrâneo que vai consumindo resíduos de carvão. São cerca de 180 mil metros cúbicos de material em combustão, com vários metros de profundidade e a temperaturas que atingem e em alguns casos ultrapassam os 700 graus centígrados", recorda o deputado.
Nas últimas semanas, o Governo foi questionado pelo deputado do BE mas também por membros do PS sobre a demora na extinção deste fogo, com receios para a saúde pública e acusações de falta de meios.
Afirmando-se impressionado e preocupado, Moisés Ferreira recordou que "todo o subsolo está em combustão", percebendo-se "também o perigo iminente" de aquela se propagar às jazidas de carvão próximas do local. Se isso acontecer, alertou, será uma "catástrofe ambiental".
Fumos e poeiras constantes desde 2017
A combustão observa-se numa escombreira das antigas minas de Carvão do Pejão, na sequência do grande incêndio florestal que lavrou no concelho de Castelo de Paiva.
A combustão do subsolo até uma profundidade de 14 metros, segundo dados da empresa EDM que opera no local, liberta constantemente fumos e poeiras para a atmosfera, situação que se observa há mais de um ano, preocupando a população da Póvoa.
Além da inalação dos gases, a poeira vai-se acumulando nas casas situadas a poucas centenas de metros, incluindo nos produtos agrícolas cultivados nos quintais. Apesar disso, a empresa diz que os limites da poluição do ar não têm ultrapassado o que está previsto na legislação, de acordo com dados registados numa central de monitorização montada nas proximidades.
Com Lusa
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