A preocupação foi hoje manifestada pelas autoridades sanitárias angolanas, que levam a cabo desde fevereiro uma campanha de vacinação para combater a epidemia da febre-amarela que Angola regista desde dezembro de 2015 e causou já 230 mortes, em um total de 1.645 casos, até sexta-feira.
"Depois de termos feito um estudo rápido, chegamos à conclusão que os homens negam-se a vacinar a partir do meio da semana, porque alegam que a vacina acaba por comprometer o seu fim de semana, que precisa de um pouco mais de relaxe e que precisa de tomar um pouco mais de bebidas alcoólicas do que no resto dos dias da semana", lamentou Filomena Wilson, da Direção Nacional de Saúde Pública.
A médica exortou a população a aderir à campanha de vacinação para não criar bolsas consideráveis de pessoas não vacinadas, comprometendo assim o esforço de combate à epidemia.
Filomena Wilson aproveitou igualmente para esclarecer a população que a vacina contra a febre-amarela não está a provocar mortes, segundo rumores que correm entre a população, salientando que o elevado número de óbitos que se registam tem a ver com casos de malária.
"O que tem acontecido é que depois de termos vacinado maior parte da população, coincidentemente e por causa do aumento da chuva e da existência de criadores de mosquitos no seio das famílias, paralelamente à epidemia da febre-amarela também estamos a viver uma situação de aumento no número de casos de paludismo", explicou Filomena Wilson.
De acordo com a médica, atualmente a malária mata mais do que a febre-amarela, "sobretudo porque é muito mais rápido morrer de malária do que de febre-amarela, que leva até algum tempo", explicou.
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