Com prefácio escrito pelo neurocirurgião João Lobo Antunes, este livro, “Por acaso…”, é uma reportagem jornalística sobre cinco jovens portugueses com paralisia cerebral que, “não obstante as suas limitações físicas, são casos de sucesso, de empreendedorismo social e laboral, de integração social bem sucedida, de autoaceitação e de auto superação”, refere a autora.
A jornalista da RTP considera que estes jovens são “exemplos de interação para desmistificar clichés e preconceitos que a sociedade continua a ter em relação aos deficientes, jovens exemplos de perseverança e exemplos de pessoas úteis e válidas”.
O livro aborda questões relacionadas com os projetos em que esses cinco jovens portugueses com paralisia cerebral estão envolvidos, questões relacionadas com os seus afetos, as suas relações pessoais e a sua sexualidade, questões associadas à sua fé e à forma como a prática desportiva é determinante para a sua autoaceitação e superação.
As histórias de vida narradas neste livro são a de um bailarino com paralisia cerebral que criou, há 18 anos, a primeira escola de dança inclusiva em Portugal e a de uma socióloga com Paralisia Cerebral, ativista do MDI - Movimento de (d)Eficientes Indignados, que gostaria que fosse implementada em Portugal a primeira residência-modelo para deficientes que querem ser independentes
São também relatadas as histórias de um informático com paralisia cerebral que está a desenvolver uma aplicação para as pessoas com paralisia cerebral que não falam e que têm debilidades nas mãos poderem usar telemóveis, tablets e computadores através do olhar, a de uma professora do Ensino Básico com Paralisia Cerebral que é escritora e ex-campeã de natação adaptada e a de um informático com Paralisia Cerebral, praticante de vela adaptada.
O lançamento do livro vai realizar-se no Dia Nacional da Paralisia Cerebral, na casa da Música, no Porto, numa cerimónia que inclui atuações do pianista Mário Lajinha e do fadista Camané. Um euro da venda da obra reverte a favor da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC).
A paralisia cerebral é a deficiência motora mais frequente na infância. Caracteriza-se por um conjunto de défices permanentes dos movimentos e da postura, causados por algum distúrbio no encéfalo durante o desenvolvimento do feto na gravidez ou depois do nascimento.
Essas debilidades motoras são, em muitos casos, acompanhadas de perturbações de comunicação e de comportamento, perturbações sensitivas, de perceção e de cognição, por Epilepsia e por problemas musculares. Apesar disso, mais de 40% das pessoas com paralisia cerebral tem uma inteligência normal.
De acordo com dados disponibilizados pela autora, a paralisia cerebral ocorre em cerca de dois bebés por cada 1000 nados-vivos. Existem, em Portugal, mais de 20 mil pessoas com este problema. Por ano, surgem no nosso país 200 novos casos e 50% desses casos tem na sua origem nascimentos prematuros.
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