O Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) alertou hoje para a situação das mulheres face ao VIH/sida e pediu o reforço dos programas de prevenção e rastreio que promovam a saúde das mulheres.

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O alerta do GAT surge no Dia Internacional da Mulher, salientando que, em Portugal, as mulheres infetadas com VIH representam cerca de 30% das infeções, fazendo de Portugal um dos países europeus com maior prevalência da infeção no género feminino.

“Infelizmente, continua a existir uma grande desigualdade entre géneros, o que torna, muitas vezes, a mulher mais vulnerável à infeção do VIH. Só com a liderança, capacitação e participação plena das mulheres, conseguiremos responder cabalmente aos problemas de saúde sexual e reprodutiva. E só assim as mulheres poderão proteger-se contra o risco de infeção pelo VIH”, defende Marta Maia, da Direção do GAT, em comunicado.

Para Marta Maia, “é fundamental reforçar os programas de prevenção que promovam a saúde das mulheres, mas também é muito importante desafiar os atuais papéis atribuídos ao homem e à mulher, e reforçar que a transmissão do VIH é sempre uma responsabilidade de ambos os parceiros”.

Durante a manhã de hoje, o GAT distribuiu balões, material de prevenção sexual e realizou testes de rastreio gratuitos e anónimos ao VIH, hepatites virais e sífilis em Corroios, no concelho do Seixal, junto à estação de comboios.

No sábado, o GAT prossegue as comemorações do Dia Internacional da Mulher no bairro Santa Marta de Corroios, com enfoque na diáspora africana.

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A iniciativa, que inclui um almoço de convívio para cerca de 50 mulheres do bairro, preparado pela própria comunidade, tem como objetivo sensibilizar e esclarecer sobre saúde sexual feminina e hepatite B, uma doença que em Portugal atinge com especial relevância a população originária de outros países. Está ainda prevista a distribuição de material de prevenção sexual e a realização de testes de rastreio, adianta o GAT.

“Devido a fatores biológicos e socioeconómicos, as mulheres são um grupo mais vulnerável ao VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis. No caso das mulheres da população africana, estamos a falar de um grupo prioritário que faz face a problemas de dupla discriminação, por serem mulheres e por serem migrantes. É necessário promover iniciativas junto destas populações mais vulneráveis, que muitas vezes têm menos acesso à informação e aos serviços de saúde”, explica Marta Maia.