7 de novembro de 2013 - 14h05

A Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) manifestou-se hoje contra
a redução de três para uma dose de vacina contra o papiloma vírus
humano (HPV), considerando que os estudos que sustentam essa diminuição
são pouco consistentes.

A propósito de notícias recentemente
divulgadas sobre a eventual redução do número de doses a administrar da
vacina contra o HPV, a presidente da SPG afirma que “o estudo em que se
baseiam as notícias tem uma casuística pequena e avalia apenas a
resposta imunitária, não permitindo tirar qualquer ilação quanto à
efetiva prevenção da doença”.

Um estudo levado a cabo no National
Cancer Institute (NCI), nos Estados Unidos, e publicado na segunda-feira
numa revista da especialidade, indica que uma única dose de vacina
contra o vírus do papiloma humano (HPV), que é responsável por 70 % dos
cancros do colo do útero, poderá ser suficiente para dar imunidade de
longa duração.

"Estes resultados põem em causa as recomendações
atuais de que a vacina contra o HPV requer múltiplas doses para gerar
uma resposta imune duradoura", afirmou a principal autora da
investigação, cujo trabalho foi publicado na revista Cancer Prevention
Research.

De acordo com Fernanda Águas, presidente da SPG, a
administração de três doses da vacina “é fundamentada em estudos de
grande dimensão efetuados ao longo de vários anos e que comprovam a
eficácia da vacina relativamente ao objetivo final que é a redução da
doença”.

“Face aos conhecimentos atuais, a SPG não vislumbra
qualquer razão para alterar as recomendações, nacionais e
internacionais, expressas no seu consenso sobre a vacina contra o HPV,
publicado em 2010, e aconselha a que se devem continuar a administrar as
três doses da vacina”, sublinha.

Para a responsável, a vacina
contra o HPV “é o maior avanço científico e de saúde pública na
prevenção do cancro genital”, além de que, em Portugal, os níveis de
adesão das jovens a esta vacina são dos mais elevados do mundo e citados
como exemplo a seguir por outros países.

Lusa