Do desafio que é ser enfermeiro gestor em organizações de saúde onde a exigência da prática de gestão não se limita ao alinhamento do pensamento pelas políticas institucionais, mas reforça a necessidade de pensamento crítico, inovação e conhecimento das competências e funções dos gestores, importa reforçar que o enfermeiro gestor de um serviço tem que desenvolver atividades de forma a garantir qualidade, segurança dos utentes e profissionais, sustentabilidade do ambiente, racionalização de gastos, mas também criar as melhores condições para que os cuidados ocorram.
Acredito que ser enfermeiro incita entender os processos de transição e o desenvolver terapêuticas efetivas que ajudem as pessoas a recuperar a estabilidade e o bem-estar, sendo este, talvez, o maior desafio que se coloca ao enfermeiro gestor, pautando a sua intervenção no sentido de garantir a assistência de enfermagem e o desenvolvimento dos enfermeiros.
O facto de ser detentor de conhecimentos especializados em Enfermagem de Reabilitação permite ao enfermeiro gestor maior sensibilidade para a identificação de diagnósticos nesta área, coordenar cuidados e otimizar a comunicação na equipa multidisciplinar, contribuindo para a redução do tempo de internamento, para a eficácia e eficiência dos cuidados assim como para o aumento da satisfação dos utentes e da qualidade de vida. Para tal, a gestão dos recursos humanos, sobretudo dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação, é vital uma vez que colaboram na gestão dos cuidados e na autonomia dos utentes para os autocuidados e realização das atividades de vida diária.
O Mundo contemporâneo está em constante mudança exigindo uma atualização de saberes transversais a todas as disciplinas. À saúde e à gestão em saúde têm sido solicitadas respostas para desafios com elevada complexidade e diferenciação quer do ponto de vista da qualidade dos cuidados quer da sua eficiência e sustentabilidade. Às organizações de saúde tem sido exigido eficácia no desempenho dos seus profissionais, acompanhamento do desenvolvimento profissional e tecnológico e das estratégias políticas, o que leva a uma constante reinvenção na gestão dos recursos.
Sendo previsível que este cenário se mantenha, torna-se crucial que os gestores cuidem da organização, dos seus colaboradores e de si próprios com o objetivo de atingirem a sua missão segundo os princípios e valores a que se propõe.
O empenho e dedicação dos colaboradores são cruciais e será tanto maior quanto mais eles conseguiam perceber e integrar os objetivos estratégicos da organização e se sintam envolvidos e compreendidos tornando-se reflexo, proporcionalmente direto, na produtividade, bem-estar e qualidade dos cuidados prestados, aumentando não só a sua satisfação como a dos utilizadores dos serviços.
Importa realçar que o enfermeiro gestor deve ter uma postura positiva e de proximidade da sua equipa mostrando disponibilidade para explicar a estratégia a nível da estrutura organizacional, a forma como está a ser planeada, a importância que cada um e que todos em conjunto têm no processo e na sua exequibilidade, responsabilizando-os, sendo realista, mas ao mesmo tempo mostrando sensibilidade para os ajudar a ultrapassar os obstáculos do dia-a-dia quer pessoais quer profissionais, transmitindo segurança e motivação.
Este é o novo paradigma em que vivemos e independentemente da organização ou serviço onde desempenhamos as nossas funções, devemos ser verdadeiros e coerentes connosco e com a missão em que acreditamos e valorizamos, tendo sempre como foco o utente numa perspetiva de cuidado eficiente e sustentável, plena de inovação e alicerçada na investigação.
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