Esta manhã, depois de terem sido reestabelecidas as comunicações telefónicas, as forças de segurança tentaram dispersar novamente dezenas de manifestantes, barricados na periferia norte da capital sudanesa.
Na quarta-feira e na mesma zona, pelo menos 11 pessoas foram mortas a tiro pelas forças de segurança, que visaram “a cabeça, o pescoço ou o peito”, de acordo com o Comité de Médicos, da oposição, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O Comité de Médicos, que desde a revolução que derrubou o ditador Omar al-Bashir, em 2019, presta assistência aos manifestantes e é a única fonte que procede à contabilização regular de mortos resultantes da repressão das forças armadas.
“Existe ainda um grande número de feridos nos hospitais de Cartum e nas vias de acesso com dificuldades de transporte”, acrescentou o Comité.
Ao todo, desde o golpe, 39 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas, acrescentou a AFP.
A vice-secretária de Estado norte-americana para os Assuntos Africanos, Molly Phee, condenou já “a violência contra manifestantes pacíficos”.
O que é o gás lacrimogéneo?
Gás lacrimogéneo é o nome de uma substância química que não é um gás, mas sim um pó fino disperso por spray ou aerossol. Foi utilizado pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, mas desde 1993 o seu uso é proibido em guerras segundo a Convenção sobre as Armas Químicas.
No entanto, é utilizado pelos exércitos e polícias de todo o mundo para o controlo de confrontos civis.
O composto químico mais utilizado é o clorobenzilideno-malonitrilo, conhecido como CS.
Irrita as mucosas dos olhos, nariz, boca e pulmões e causa sensação de ardor. Provoca tosse, choro, espirros, desorientação, cegueira temporária e dificuldade em respirar. Pode também queimar a pele.
Veja o vídeo
O vídeo apresentado é um produto da agência de notícias France-Presse e está narrado em português do Brasil.
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