Na sequência de uma reunião de urgência, convocada pelo bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, devido à troca de acusações sobre este caso nos últimos dias, o Fórum Médico emitiu um comunicado no qual expressou ainda “solidariedade e agradecimento aos médicos de família e de saúde pública do Alentejo” que prestaram cuidados aos utentes do Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS).
“[O Fórum Médico] repudia todas as tentativas de denegrir a imagem dos médicos, ainda mais quando as afirmações faltam à verdade sobre os acontecimentos, e recusa alimentar confrontos que não servem os doentes, desviam as atenções dos problemas e atrasam os investimentos e reformas de que o Serviço Nacional de Saúde efetivamente precisa com urgência”, pode ler-se no documento enviado às redações.
Sublinhando as “circunstâncias extraordinariamente difíceis” colocadas aos médicos envolvidos no combate ao surto nesta instituição, que fez 18 mortos, a mensagem do Fórum Médico realçou também a “qualidade, diferenciação e humanismo” na resposta dos profissionais desde o início da pandemia e reservou uma eventual nova tomada de posição após a reunião de terça-feira entre o primeiro-ministro, António Costa, e o bastonário da OM.
“[O Fórum Médico] respeitará as instituições e aguardará pelo final do encontro para uma pronúncia mais detalhada, o que não retira que o Primeiro-Ministro reafirme a sua total confiança, solidariedade e respeito por todos os médicos portugueses e, em especial, nesta fase da pandemia, pelos que estão na linha da frente, seja a nível dos hospitais, centros de saúde, saúde pública, medicina do trabalho e lares”, refere-se na nota divulgada.
Entre os membros do Fórum Médico encontram-se: Ordem dos Médicos, Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Federação Nacional dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos, Associação dos Médicos Portugueses da Indústria Farmacêutica, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Federação Portuguesa das Sociedades Científicas Médicas, Associação Portuguesa dos Médicos de Carreira Hospitalar e Associação Nacional de Estudantes de Medicina (observador convidado).
A Ordem dos Médicos (OM) já solicitara, com caráter de urgência, uma audiência ao primeiro-ministro, que se vai realizar hoje, e considerara ofensivas as declarações de António Costa numa conversa privada com jornalistas do jornal Expresso.
Em causa está um vídeo que circula nas redes sociais, no qual António Costa mantém uma conversa privada com jornalistas alegadamente chamando “cobardes” aos médicos envolvidos no caso do surto de covid-19 em Reguengos de Monsaraz.
Portugal contabiliza pelo menos 1.801 mortos associados à covid-19 em 55.720 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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