“Em 2018, a despesa das famílias aumentou 4,4% devido, principalmente, ao acréscimo do financiamento em entidades que prestam cuidados de saúde continuados como atividade secundária (subcategoria do resto da economia) (+5,8%), em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (+5,1%), em hospitais privados (4,1%), em outras vendas de bens médicos (+3,8%) e em farmácias (+1,9%)”, refere a Conta Satélite da Saúde do INE.
“Nesse ano foi reforçada a importância relativa da despesa nos prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (+0,3 p.p.)”, adiantam os dados provisórios do INE.
As entidades que prestam cuidados de saúde continuados, pertencentes ao resto da economia, representaram 5,0%, mais +0,1 p.p. que no ano anterior.
Por sua vez, as farmácias continuaram a diminuir o seu peso na estrutura de despesa das famílias (-0,5 p.p.), refere o INE, que estima que “o financiamento das famílias tenha crescido 6,0% em 2019”.
A Conta Satélite da Saúde destaca ainda que, em 2017, os Estados-Membros da União Europeia (UE27) gastaram, em média, 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB) na despesa corrente em saúde.
Nesse ano, Portugal ocupou a 9ª posição no ‘ranking’ dos estados-membros em termos de peso relativo da despesa corrente no PIB (9,3%), 1,0 p.p. acima da média da UE27.
“Analisando conjuntamente o peso relativo da despesa corrente em saúde e PIB per capita, é possível verificar que Portugal, a par de Malta, Espanha e Itália, está no grupo de países com um nível de desenvolvimento económico abaixo da média europeia, mas com despesa corrente em saúde superior à média”, salienta o INE.
Segundo o instituto, este posicionamento poderá estar associado, entre outros fatores, ao envelhecimento da população.
“Com efeito, Portugal enquadra-se no grupo de estados-membros que simultaneamente apresenta um peso relativo da despesa corrente em saúde superior à média da UE e um índice de envelhecimento demográfico6 maior que o da média da UE”, sublinha.
O Instituto Nacional de Estatística explica que os resultados da Conta Satélite da Saúde (CSS) são consistentes com a base 2016 (que substituiu a anterior base 2011) das Contas Nacionais Portuguesas (CNP), divulgada a 23 de setembro de 2019.
“Na base 2016 foram realizadas alterações metodológicas relevantes e introduzida informação de novas fontes, com impacto no nível da despesa corrente em saúde, em termos nominais, e na composição das dimensões de financiamento, prestação e função”, explica o INE.
Tal como as Contas Nacionais Portuguesas (CNP), a CSS é objeto de mudanças de base, sensivelmente a cada cinco anos, com o objetivo de refletir desenvolvimentos metodológicos, atualizações de procedimentos, do universo de referência e respetivas classificações e a incorporação de novas fontes de informação.
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