“O objetivo é aproximar-nos da sociedade civil”, salientou João Antunes, acrescentando que a “exposição marca aquilo que é o carácter da organização em dois âmbitos. Primeiro, como organização médica; segundo, como trabalho de testemunho e denúncia, em certas ocasiões”.

A exposição, que se insere no evento Conexões Lisboa, está patente até 31 de outubro na Galeria da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa.

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Alguns membros dos MSF apresentarão na ocasião projetos de ajuda humanitária em que esta organização não-governamental (ONG) esteve envolvida.

A par da exposição, João Antunes destacou realização de outras atividades, designadamente a projeção de um documentário sobre a intervenção dos MSF em contexto de epidemia, uma mesa-redonda com o diretor-geral da organização para debater os desafios que enfrentam e uma sessão de esclarecimento sobre o recrutamento dos trabalhadores.

Profissionais de várias áreas

Os MSF vão aproveitar os eventos para desconstruir algumas ideias e divulgar que não recrutam simplesmente médicos, que representam apenas 21% dos funcionários da organização e cujo trabalho não é voluntário. “Contratamos profissionais na área da saúde e por isso, pedimos que tenham experiência, que falem inglês e francês e que tenham disponibilidade a trabalhar neste tipo de contexto”, explicou o coordenador do evento.

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Num total de 3.500 trabalhadores, cerca de 70 a 80 são portugueses, número que João Antunes considerou “insuficiente face à quantidade de pessoas com preparação” que se podem encontrar em Portugal. Esse é um dos motivos da realização do evento em Portugal, acrescentou.

A exposição já foi apresentada noutros países, designadamente Espanha e Brasil. “Da Ação à Palavra” apresenta aos visitantes 15 momentos ilustrados com vídeos e fotografia, permitindo conhecer o percurso feito desde as origens dos MSF, em 1971, na guerra de Biafra, passando pela Etiópia, Somália, Ruanda, Bósnia, Chechénia até à atual crise na Síria, Iémen e ao Mediterrâneo.

Paralelamente a exposição divulga também o trabalho da organização em outras catástrofes, não relacionadas com violência, como o tsunami de 2004, na Indonésia, e o terremoto de 2010, no Haiti.