"A realidade da epidemia na Comunidade de Madrid está a piorar e precisaremos de fazer mais esforços", disse o vice-presidente desta região onde vivem 6,6 milhões de pessoas, Ignacio Aguado.

Num país onde a gestão da saúde pública corresponde às 17 regiões e o Ministério da Saúde cumpre o papel de coordenador geral, Aguado disse que no caso de Madrid "é necessário e urgente que o governo da Espanha se envolva de forma contundente no controlo da pandemia".

Espanha está imersa na segunda onda de COVID-19 - agora com uma mortalidade muito menor do que na primavera europeia -, e Madrid é a região que mais preocupa.

Espanha contabilizou ontem 11.193 novos casos, um terço dos quais em Madrid, elevando para 614.360 o número total de infetados até agora, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol.

Nas últimas duas semanas, a capital somou um terço dos novos casos diagnosticados em nível nacional, segundo dados oficiais. As mortes foram 124 na última semana, também um terço do total espanhol (366).

Alguns bairros do sul da capital e municípios próximos tiveram nessas duas últimas semanas uma incidência disparada, com mais de 1.000 casos a cada 100.000 habitantes, muito acima da média nacional (285), que por si só já é uma das mais altas da Europa.

Tudo isso dias depois de uma 'volta às aulas' repleta de temores por parte de pais e professores e apesar do uso obrigatório da máscara em todos os momentos nas vias públicas e em espaços fechados.

Diante deste panorama, as autoridades anunciarão na sexta-feira medidas para prevenir a expansão do vírus que, segundo fontes do executivo regional, entrarão em vigor no sábado ou na segunda-feira.

Novo confinamento?

As declarações desta quinta-feira chegam após uma polémica levantada no dia anterior, quando o número dois do Conselho Regional de Saúde de Madrid, Antonio Zapatero, disse que estavam a planear confinamentos seletivos nas áreas mais afetadas.

O anúncio gerou nervosismo e questionamentos sobre a sua eficácia, já que as áreas de possível aplicação seriam as mais modestas da região de Madrid, e porque também boa parte da sua população ativa trabalha durante o dia em áreas centrais da capital ou em outros municípios. Respondendo às inquietações, as autoridades regionais pediram calma esta quinta-feira.

Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia de coronavírus, superou esta semana as 30.000 mortes e os 600.000 casos diagnosticados, segundo o governo.

O ritmo acelerou de tal forma que, em uma semana, o país somou aproximadamente 100.000 novos casos.