“Temos que entender melhor a pandemia para responder melhor às ameaças futuras. Os estudos sobre a origem da covid-19 devem ser transparentes, baseados na ciência e na independência de especialistas”, disse Becerra, na sua intervenção por videoconferência.

Em fevereiro, os Estados Unidos já tinham expressado a sua insatisfação com os resultados preliminares das investigações realizadas no início deste ano por especialistas internacionais em Wuhan (China) – que procuraram explicações para a origem da pandemia – e consideraram que as autoridades chinesas tinham ocultado dados da missão da OMS.

Os especialistas indicaram nessa altura, após quatro semanas de trabalho na China, que a hipótese mais provável para a origem do novo coronavírus estaria na transmissão aos humanos por animais selvagens, através de uma ou mais espécies que atuavam como intermediárias.

No seu relatório, os especialistas também indicaram que a hipótese menos provável era a de origem em laboratório, descartando como pouco plausível o contágio por meio de alimentos congelados importados, teoria veiculada pelos ‘media’ oficiais chineses.

O secretário de Saúde dos EUA também pediu hoje que Taiwan seja aceite como observador na OMS, um dia depois de a presença da ilha ter voltado a ser vetada pela China, na assembleia da OMS.

“Devemos fortalecer a segurança sanitária e a preparação para pandemias para estarmos mais bem preparados para a próxima crise sanitária global”, acrescentou Becerra, que no seu discurso não mencionou a hipótese de um possível tratado internacional a este respeito, como foi pedido pela União Europeia e por vários outros países.

Becerra pediu o estabelecimento de mecanismos de financiamento sustentáveis para a OMS e defendeu uma melhoria da “capacidade de pesquisa e fabricação de terapias e vacinas”, bem como a promoção de formação de funcionários de saúde.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.475.079 mortos no mundo, resultantes de mais de 167,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.