Os Centros para a Prevenção e o Controlo de Doenças (CDC) deram o seu aval oficialmente a esta vacina na noite desta terça-feira, depois da autorização no final da semana passada da Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).
A vacina será aplicada em duas doses com três semanas de intervalo. A dose foi ajustada a 10 microgramas por injeção, menos do que os 30 microgramas por dose que os grupos de mais idade tomam.
Na tarde desta terça-feira, um pequeno grupo de crianças recebeu a primeira dose num hospital de Hartford, no estado de Connecticut.
"Realmente não dói", disse à AFP Kareem Omar, de 6 anos, afirmando que tomava a injeção "para ajudar os Estados Unidos".
"Podia chorar só de pensar neste momento", disse Liz Cronin, uma mãe que foi vacinar duas crianças de seis e oito anos. "Aguardamos muito tempo para que os nossos filhos recuperem uma certa sensação de normalidade", acrescentou.
A vacinação "permitirá aos pais pôr fim a meses de preocupação com os seus filhos", elogiou o presidente americano, depois do anúncio dos CDC, qualificando-o de um "importante passo à frente" e um "ponto de inflexão" na luta contra a pandemia.
"Sabemos que milhões de pais querem vacinar os seus filhos", admitiu Rochelle Walensky, diretora do CDC, em comunicado, e qualificou o anúncio como um "passo importante" no combate à covid-19.
"Como mãe, incentivo os pais que tenham perguntas a conversar" com os profissionais de saúde para "aprender mais sobre a importância da vacinação", acrescentou.
O governo já se tinha antecipado em grande medida à decisão ao adquirir doses suficientes para imunizar todas as crianças deste grupo etário e ao começar a enviar milhões de doses para todo o país.
Desde a aprovação pela FDA na sexta-feira, "não houve um único momento em que as equipas não tenham recolhido, embalado e enviado as vacinas", afirmou na segunda-feira o coordenador da pandemia na Casa Branca, Jeff Zients.
A campanha de vacinação para crianças pequenas "alcançará a sua capacidade máxima na semana de 8 de novembro", calculou.
57% vacinariam os seus filhos
Entre as crianças de 5 a 11 anos, foram registados mais de 1,9 milhões de casos de covid-19 nos Estados Unidos, mais de 8.300 hospitalizações, mais de 2.300 casos de MIS-C (síndrome inflamatória multissistémica pediátrica) e uma centena de mortes.
Segundo testes clínicos feitos pela Pfizer em milhares de crianças, ficou demonstrado que a vacina tem eficácia de 90,7% na prevenção de formas sintomáticas da doença neste grupo etário.
Além de protegê-las de adoecerem, há outros benefícios como menos encerramentos de salas de aulas e uma possível redução na transmissão da pandemia na população em geral.
As doses estarão disponíveis em farmácias, hospitais pediátricos, consultórios de pediatras, médicos de família e algumas escolas.
Segundo uma pesquisa em setembro, realizada pelos CDC com consultas a mil pais, 57% disseram que "definitivamente" ou "provavelmente" vacinariam os seus filhos.
"Se tivesse um neto, definitivamente o vacinaria", disse Beth Bell, especialista em doenças infecciosas e membro do comité de especialistas convocado pelos CDC, que recomendou de forma unânime a Pfizer para crianças de 5 a 11 anos.
"Temos uma evidência excelente de eficácia e segurança. Temos uma análise de risco-benefício favorável", insistiu.
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