17 de abril de 2014 - 17h11
O vírus ébola, que desde janeiro provocou mais de 100 mortos na Guiné-Conacri e Libéria, é uma nova estirpe, o que indica que não se originou de focos de infeção conhecidos na África, indica uma equipa de especialistas.
Esta análise sugere que esta estirpe viral na Guiné, a 'Guinean EBOV', evoluiu em paralelo às cepas na República Democrática do Congo (RDC) e Gabão a partir de um recente ancestral comum.
"Portanto, não foi introduzida posteriormente na Guiné", concluem os cientistas, cujos trabalhos foram publicados na última edição da revista New England Journal of Medicine.
Inicialmente, as autoridades de saúde pública falaram na possibilidade de uma infeção na Guiné pelo vírus ébola da República Democrática do Congo. De acordo com os autores do estudo, os primeiros casos de Ebola na Guiné apareceram provavelmente em dezembro passado, ou talvez antes, e o vírus circulou sem ser detetado por algum tempo.
As pesquisas devem prosseguir para identificar a fonte animal do vírus. Este novo vírus ébola provocou na Guiné menos casos de febre hemorrágica que as epidemias precedentes na África Central.
"Os sintomas clínicos dos primeiros casos eram principalmente febre, vémitos e diarreia severa. Não detetámos hemorragia interna na maioria dos pacientes no momento da coleta de amostras que confirmaram a infeção", indicam os autores do estudo, que analisaram o sangue de 20 pacientes internados na Guiné.
A taxa de mortalidade do vírus ébola na Guiné foi estabelecida em 86% entre os primeiros casos confirmados e 71% entre os casos suspeitos, segundo estes virologistas.
De acordo com a estirpe do vírus, a mortalidade pelo ébola varia entre 30% a 90% dos casos. A propagação do vírus dá-se pelo contato direto com pessoas infetadas.
Não existe vacina nem tratamento específico para esta infeção.
SAPO Saúde com AFP