O diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Caldas de Almeida, afirmou hoje que espera que o Plano Nacional para a Saúde mental tenha continuidade apesar da mudança do Governo.
“Espero que o plano tenha continuidade e que não caia, como muitas vezes acontece, quando há uma troca de Governo. Quando há pobreza e desemprego, quando existem problemas sociais e económicos, existe sempre um aumento dos problemas mentais”, disse durante uma conferência subordinada ao tema da Saúde Mental, que decorreu no Barreiro.
Para o ex-coordenador nacional da saúde mental, é necessário que existam políticas de resposta a esta situação para minimizar os efeitos, dando como exemplo a taxa de suicídios, que é mais reduzida quando existem medidas dos governos para combater as crises ou o desemprego.
Caldas de Almeida referiu ainda que era importante que o futuro ministro da Saúde tivesse estado presente na conferência, para que ficasse certo da importância desta temática.
“Temo que a saúde mental seja considerada sem importância e isso não é verdade. A ideia que os problemas mentais são coisas dos ricos também não é verdade, pois o risco dos pobres terem doenças mentais é quatro vezes superior aos ricos”, salientou.
Álvaro de Carvalho, Coordenador Nacional da Saúde Mental, também participou na conferência, em que abordou a criação dos Cuidados Continuados da Saúde Mental.
O responsável adiantou que está prevista, nesta área, a criação de residências para adultos e crianças, referindo que vão ser 19 as experiências piloto a efetuar em Portugal.
“As residências autónomas, as residências de apoio máximo, a residência de treino de adolescentes ou as equipas de apoio domiciliário vão constituir um total de 19 projetos piloto em Portugal. Queríamos 39, mas as dificuldades financeiras não o permitem”, referiu.
Álvaro de Carvalho destacou a importância do trabalho a efetuar e defendeu que até 2013 a ambição é alargar o plano de modo a abranger todo o país.
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20 de junho de 2011
Fonte: Lusa/SAPO
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