Nuno Oliveira, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), fez o anúncio da convocação da greve em declarações à agência Lusa, depois de a estrutura sindical ter realizado hoje um protesto simbólico de entrega de fardas à administração do CHUA no hospital de Portimão.
“Já está marcada uma greve para dia 05 de maio, na ARS do Algarve e no CHUA, que gerem os hospitais e os SUB [Serviços de Urgência Básica] da região. Acabámos de receber da colega de Lisboa os comunicados, é uma decisão nova e vamos agora mobilizar as pessoas para esta greve”, afirmou Nuno Oliveira.
A mesma fonte — que anunciou, também, uma nova manifestação de protesto para a próxima quinta-feira junto ao hospital de Faro -, adiantou que o sindicato vai ainda promover, a 12 de maio, “novas formas de luta”, a “nível nacional”, por ocasião do Dia Internacional do Enfermeiro.
“Vamos simular arrumar carros à porta do hospital de Faro e depois, mais tarde, ao final do dia, há de haver um momento musical”, antecipou ainda a fonte sindical quanto ao protesto da próxima semana junto ao hospital de Faro.
Na ação de hoje no hospital de Portimão, os participantes “deixaram penduradas” na unidade hospitalar “oito a nove fardas” para “chamar ingratos” aos membros do conselho de administração do CHUA e também da ARS.
“Os enfermeiros não progridem na carreira, estão-lhes a roubar anos de serviço, há pessoas que trabalham há cinco, 10, 15 ou 20 anos e estão a ganhar como recém-cursados. Estamos 24 horas com os doentes, estivemos durante a pandemia, durante o processo todo de vacinação da covid-19 e, entretanto, não progridem enfermeiros e não contam os pontos”, lamentou o representante sindical.
Nuno Oliveira sinalizou a “incongruência” que existe na contabilização do tempo de serviço dos enfermeiros, dando como exemplo os “casos de 17 enfermeiros do hospital de Lagos que progrediram em 2019”, começaram “a receber pelo segundo escalão” e vão agora ser despromovidos para ficarem em igualdade com os colegas que se mantêm no primeiro escalão.
“Infelizmente, para igualarem as coisas e para evitar a injustiça de uns estarem e outros não, o que fizeram foi nivelar todos pelo primeiro escalão e vão baixar o vencimento aos enfermeiros do hospital de Lagos”, criticou.
A mesma fonte considerou que os enfermeiros, com as reivindicações de verem contabilizado o tempo de serviço e efetivada a progressão nas carreiras, não pedem “nada de extraordinário”, mas sim “o que as pessoas têm direito, tendo em conta os anos de serviço e os pontos que têm acumulados”.
Nos protestos que têm vindo a ser promovidos pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, os profissionais de saúde exigem que a ARS do Algarve o CHUA — que integra os hospitais de Faro, Portimão e Lagos –, cumpram o compromisso assinado em 2019 “para a progressão dos enfermeiros”.
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