Um enfermeiro proprietário de um conjunto de seis clínicas OzoneCare - nas quais se fazem tratamentos de ozonoterapia - fornece aos utentes receitas em que se prescrevem atos diferentes daqueles que são executados. A notícia é avançada pela SIC Notícias.

As receitas têm as vinhetas de dois médicos e têm servido para que subsistemas de saúde, como a ADSE, ou mesmo seguradoras, subsidiem tratamentos que não fazem parte das listas oficiais de comparticipação.

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Esta clínica que fornece tratamentos com ozono diz-se preparada para tratar, com aquele tipo de terapêutica, patologias como cancro, varizes, demência, fibromialgia, entre outras doenças. Segundo doentes ouvidos por aquela estação de televisão, o enfermeiro far-se-á passar por médico e escudar-se-á em justificações para entregar prescrições médicas passadas em nome de outros clínicos.

Rede de clínicas em todo o país

Aos utentes são fornecidas prescrições para tratamentos, como infiltrações auriculares, mas que na realidade são usadas pelas clínicas OzoneCare - com consultórios em Miraflores, Almada, Funchal, Leiria, Coimbra e Porto - para tratamentos com ozono.

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Como os seguros, sistemas e subsistemas de saúde não comparticipam este tipo de tratamentos, o responsável da clínica obtém as prescrições adulteradas para que os doentes possam recorrer aos referidos tratamentos mediante co-pagamentos diminuídos. O restante é pago às clínicas pelas seguradores e Estado.

Segundo a SIC Notícias, a Ordem dos Médicos recebeu um pedido de esclarecimento por parte da ADSE – Instituto Público de Gestão Participada, em relação a dois médicos, um sem especialidade e outro de Medicina Geral e Familiar, que prescreviam de forma massiva dois tipos de procedimentos médicos - artroclise e hemoperfusão - em situações clínicas diversas. Um dos médicos prescritores é filho do proprietário da clínica.

A Ordem dos Médicos já fez saber que vai pedir à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para investigar o caso.