Durante o julgamento, o antigo enfermeiro admitiu ter injetado os pacientes com doses letais de drogas para demonstrar a sua capacidade de ressuscitar pessoas, tendo ainda confessado ter praticado este procedimento em cerca de 90 doentes, dos quais 30 acabariam por morrer.

"O acusado é condenado à prisão perpétua", afirmou o juiz do tribunal de Oldenbourg (norte), considerando o antigo profissional de saúde culpado de dois homicídios e de duas tentativas de homicídio. O juiz sublinhou igualmente a "gravidade" dos crimes.

As autoridades afirmaram na segunda-feira que pretendem exumar mais corpos de antigos doentes para testar eventuais vestígios de doses letais de fármacos para o coração, temendo que Niels H. possa ser um dos piores assassinos em série da história alemã pós-guerra.

A investigação vai examinar cerca de 200 mortes que foram registadas no hospital onde o antigo enfermeiro trabalhava em Bremen (norte), mas também em outros postos de trabalho do profissional, para tentar descobrir se os casos até à data confirmados são apenas a ponta do iceberg.

Durante uma audição no tribunal, Niels explicou que "na maioria das vezes, a decisão (de injetar drogas nos doentes) foi relativamente espontânea".

"Existia uma tensão, e uma expectativa do que poderia acontecer", afirmou o antigo enfermeiro, que pediu desculpas aos familiares das vítimas pela sua obsessão pela morte.

O acusado relatou ainda que ficava eufórico quando as pessoas "voltavam à vida" e desgostoso quando não conseguia ser bem-sucedido.

Todas as vezes, segundo o próprio, prometeu acabar com este jogo da morte.

O caso remonta a 2005, quando o enfermeiro foi surpreendido por uma colega quando estava a administrar uma injeção, não prescrita, a um doente numa clínica em Delmenhorst, o que lhe valeu em 2008 uma condenação por tentativa de homicídio.