Uma equipa do Karolinska Institutet, na Suécia, liderada pelo investigador português Jorge Ruas, identificou um mecanismo que explica o efeito antidepressivo do exercício físico em situações de stresse. Para o estudo, publicado no jornal científico Cell, foram usados ratinhos geneticamente modificados com altos níveis de uma proteína cuja quantidade aumenta nos músculos com a prática de exercício físico (PGC-1a1). Essas cobaias e um grupo de controlo de ratinhos normais foram expostos a um ambiente stressante durante cinco semanas.

No final, os ratinhos normais tinham desenvolvido comportamentos depressivos, mas os geneticamente modificados não. Estes últimos apresentavam níveis elevados de enzimas KAT, que transformam a quinurenina (uma substância nefasta que o organismo produz como reação ao stresse) num tipo de ácido, impedindo-o, assim, de afetar cérebro. Esta descoberta abre novas perspectivas para o tratamento de pessoas depressivas.

De acordo com um  estudo da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria divulgado em 2012 cerca de 25 por cento da população portuguesa, tendencialmente sedentária e pouco adepta da prática de exercício físico, já sofreu de distúrbios depressivos. Na altura, mais de metade dos inquiridos (59%) reconheceu a depressão como sendo uma doença que requer tratamento clínico e medicamentoso, uma condição que muitos depressivos continuam a minimizar.