A jovem, de 25 anos, apresentou uma denúncia contra os seus empregadores acusando-os de espancá-la e obrigá-la a trabalhar durante dois anos sem receber salário em Nonthaburi, uma cidade luxuosa nos arredores da capital tailandesa, segundo a polícia.

O funcionário etíope Yonas Tegegn e a mulher "foram acusados de tráfico de seres humanos, de enganar (a funcionária) para que trabalhasse sem receber pagamento e de abusos físicos", declarou à agência France Presse o coronel Mana Tienmaugpak, responsável pelas investigações.

Segundo este responsável, não há ainda uma acusação formalizada contra o casal, que deverá ser interrogado na próxima semana.

O advogado da empregada doméstica, Surapong Kongchantuk, do Conselho de Advogados da Tailândia, confirmou que a cliente trabalhou para "um representante de alto escalão da OMS" de julho de 2013 ao início de março deste ano.

Trabalhava das 5h00 à meia-noite

"Não recebeu salário. Trabalhava das cinco da manhã à meia-noite todos os dias. Dormia num quarto pequeno fora da casa com um cão. Só comia arroz e não podia relacionar-se com outras pessoas", explicou o advogado.

Segundo Surapong Kongchantuk, os empregadores tinham prometido salários mensais de 3.000 baht (cerca de 85 euros) que nunca foram pagos.

A funcionária conseguiu fugir depois depois de uma tentativa de suicídio e foi ajudada por uma organização não governamental local, explicou Surapong.

Uma porta-voz da OMS em Banguecoque confirmou que a organização conhecia as acusações.

Dias depois, o funcionário em questão, o também etíope Yonas Tegegn, negou as acusações.

Tegegn pediu em comunicado que a justiça e os meios de comunicação tailandeses limpem  sua honra e a da sua esposa.

"As acusações contra mim e contra a minha família não têm fundamento. Negamos a ideia de qualquer crime", declarou Tegegn numa nota de imprensa enviada à AFP.