O Sindicato Nacional de Profissionais de Emergência Médica alertou hoje para uma “diminuição drástica” da qualidade do serviço do INEM com as mudanças no atendimento de chamadas, mas o instituto garante que as alterações vieram melhorar o serviço.

A presidente do Sindicato, Cristina Cameira, afirmou à agência Lusa que a degradação da qualidade e eficácia dos serviços prestados pelo INEM começou a decair em final de agosto, quando as chamadas passaram a ser atendidas em qualquer ponto do país, independentemente da zona de onde parte o pedido de socorro. Na prática, uma chamada para o INEM feita a partir do Algarve pode ser atendida por profissionais no Porto.

Numa resposta escrita enviada à Lusa, o INEM lamenta “de forma veemente” o que diz ser uma manipulação de informação por parte do sindicato.

Segundo o Instituto, desde o dia 1 de agosto que qualquer chamada que o 112 encaminhe para o INEM é atendida pelo operador há mais tempo disponível num dos quatro centros de orientação de doentes urgentes (CODU).

Ainda de acordo com a resposta enviada à Lusa, esta alteração veio diminuir para cerca de metade o tempo médio de atendimento (desde a passagem do 112 para o INEM e até ao operador que atende).

Os dados oficiais indicam que o tempo médio para atendimento se situava entre os 10 e os 15 segundos até agosto e que nos meses seguintes foi de sete ou oito segundos.

Também o número de chamadas desligadas na origem diminuiu para menos de metade: 1,9% do total registadas em outubro contra 4,4% registadas em janeiro.

O INEM diz ainda que com a alteração na forma de atendimento de chamadas já conseguiu ter uma distribuição mais equitativa de chamadas por operador e uma redução do número de chamadas em espera.

No entanto, para a presidente do Sindicato dos Profissionais de Emergência Médica (SINAPEM), Cristina Cameira, o novo sistema informático foi mal concebido, é “complicado” e faz com que os profissionais falhem no envio de um meio de socorro ao local adequado.

A consequência é o “aumento do tempo de triagem” e a falta de qualidade do serviço prestado.

Para o sindicato, a direção do INEM também falhou ao não dar formação aos profissionais perante um novo sistema de atendimento de chamadas.

03 de novembro de 2011

@Lusa