De acordo com a agência Associated Press, o primeiro caso confirmado em Goma, que faz fronteira com o Ruanda, é um pastor que esteve na cidade de Butembo.

Esta confirmação marca uma escalada no surto de Ébola na RDCongo, que começou em agosto do ano passado e é já o segundo mais mortífero da história.

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Mais de 1.600 pessoas morreram na zona leste da RDCongo quando o vírus se espalhou em zonas demasiado perigosas para o acesso das equipas de saúde.

Esta semana, o ministério da Saúde da RDCongo anunciou que não vai autorizar a realização de novos tratamentos experimentais para combater a epidemia de Ébola no país para evitar “confusão” entre a população.

O departamento governamental esclareceu que a RDCongo dispõe de doses suficientes da vacina rVSV-ZEBOV, também ela um tratamento experimental da farmacêutica alemã Merck.

A rVSV-ZEBOV tem sido utilizada quase desde o início do surto e tem apresentado bons resultados, tendo sido já administrada a 158.830 pessoas, segundo o mais recente boletim do Ministério da Saúde.

Em junho, a farmacêutica anunciou que iria utilizar as suas instalações norte-americanas para produzir mais unidades da vacina.

O combate à epidemia de Ébola na RDCongo tem sido dificultado pela presença de um conflito armado nas principais áreas afetadas, assim como por uma desconfiança da população na intervenção médica.

Estas condicionantes levaram o Ministério da Saúde a rejeitar a introdução de novos tratamentos que poderiam surgir e que envolveriam a realização de novos testes com componentes sem uma eficácia provada cientificamente.

A posição do Governo da RDCongo surgiu depois de a agência Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos da América, ter anunciado a descoberta, em testes laboratoriais, de dois tratamentos eficazes no combate à estirpe do vírus presentes no país da África Central.

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A investigação realizada pelos cientistas da CDC, cujos resultados foram divulgados na publicação especializada ‘Lancet Infections Diseases’, mostra que os tratamentos experimentais com base de ‘Remdesivir’ (antiviral) e ‘ZMapp’ (anticorpos) “bloquearam o crescimento de microrganismos do vírus que causa o Ébola nas células humanas em laboratório”.

A doença, que pode atingir uma taxa de mortalidade de 90% caso não seja tratada com brevidade, provocou 1.647 mortos, 1.553 dos quais confirmados em laboratório, em menos de um ano, tornando-se na segunda epidemia mais mortífera da história, apenas atrás daquela que atingiu a África Ocidental em 2014.

O vírus do Ébola transmite-se através do contacto direto com sangue ou fluídos corporais contaminados e provoca uma febre hemorrágica.