Enfarte do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Diabetes e outras patologias crónicas têm um prognóstico agravado em doentes com depressão, revela o estudo The Societal Costs of Chronic Major Depression. De acordo com a investigação, a depressão aumenta o risco de mortalidade dos doentes após enfarte do miocárdio e piora os resultados funcionais pós AVC e o prognóstico de doentes diabéticos. Os estados depressivos contribuem ainda para aumentar o risco de morte dos doentes internados em lares de terceira idade.

O estudo norte-americano lança uma nova luz sobre o impacto global da depressão, patologia que afecta 8% dos portugueses. 65% dos doentes enfrentam risco grave, tendo em conta o diagnóstico tardio (em média 5anos). Em causa, pode estar o desconhecimento sobre os sintomas físicos e físicos dolorosos, como dores crónicas, musculares, abdominais e cefaleias, que não respondem ao tratamento convencional, e que podem esconder uma depressão durante anos, sem que se manifestem os tradicionais sinais emocionais.“Sabe-se que a depressão tem uma preponderância forte na recuperação dos doentes.
 
Por outro lado, também é conhecido o risco aumentado que doentes com doenças crónicas, ou em recuperação, têm de vir a conhecer um episódio depressivo. O diagnóstico precoce nestes doentes é particularmente importante, pois quanto mais tarde a depressão for detectada mais difícil se torna a recuperação.”, explica o Dr. Luís Câmara Pestana, presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria Biológica.
Para evitar este cenário é fundamental um tratamento global da depressão, que incida sobre os sintomas emocionais e físicos. Desta forma será possível ao doente atingir a remissão, de forma a recuperar a sua funcionalidade e qualidade de vida.

2010-07-12