Portugal tem uma das taxas de cobertura de reumatologia mais baixas da Europa e "a capacidade de resposta da rede é de Terceiro Mundo". Segundo o Instituto Português de Reumatologia (IPR), no nosso país cerca de três milhões de pessoas sofrem de doenças reumáticas, mas só temos 104 médicos da especialidade ligados ao SNS. Sem diagnóstico precoce, o custo por doente, em caso de doença activa, é de 5600 euros, mais do dobro do que se estivesse controlada.
"Os dados mais recentes, de 2010, mostram que os custos directos da doença, por pessoa, variam de acordo com a actividade da doença. São 5600 euros em medicação, consultas e internamento se a doença estiver muito activa e 2200 euros se estiver controlada.
De 45% a 55% das pessoas que chegam às consultas de reumatologia já estão reformadas", diz ao DN Luís Miranda, director clínico adjunto do Instituto Português de Reumatologia.
Contas feitas, são cerca de 50 mil pessoas, com uma idade média de 50 anos, que deixaram de trabalhar antecipadamente. São as doenças reumáticas sistémicas, como a artrite reumatóide, a osteoartrose ou a artrite psoriática, as mais incapacitantes. Um quadro que poderia ser revertido se o diagnóstico fosse precoce e o tratamento imediato. Mas não existem médicos suficientes para que tal aconteça.
Portugal tem uma das mais baixas taxas de cobertura de reumatologia da Europa. De acordo com o especialista, que participa hoje num workshop que assinala o Dia Internacional das Doenças Reumáticas, o país tem neste momento 104 reumatologistas a trabalhar para o Serviço Nacional de Saúde. Um número claramente inferior às necessidades. "O número mínimo de reumatologistas necessários para fazer 50% das consultas é de 170 a 200, o que já não era mau. Se todos os anos abrissem seis ou sete vagas para formação, só chegaríamos a este número em 2034."
Fonte: DN
2010-10-12
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