Daniela Costa foi esta terça-feira detida pela GNR, por ordem do Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Faro, por suspeita de burla qualificada.

Síndrome de Münchhausen: o que é?

A Síndrome de Münchhausen é um transtorno factício, ou seja, os indivíduos fingem ou causam a si mesmo doenças ou traumas psicológicos para chamar atenção ou simpatia de outrém. Os sintomas e sinais da doença podem ser induzidos por drogas, toxinas ou objetos para convencer os profissionais de saúde a fazerem um diagnóstico.

A Síndrome de Münchhausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem.

A mulher fingiu durante dois anos lutar contra um cancro no útero, que se teria alastrado aos pulmões e ossos. Daniela Costa, de 33 anos e residente em Albufeira, angariou milhares de euros, através de campanhas solidárias promovidas pela própria, mas também por empresários e associações locais.

Casada e com três filhos menores, a mulher é "suspeita de ter ao longo de anos angariado diversas quantias monetárias com a falsa alegação de ter uma doença oncológica e de precisar de dinheiro para tratamento", confirmou o MP citado pelo jornal Correio da Manhã.

A algarvia dizia que cada tratamento que fazia na Fundação Champalimaud custava 3 mil euros.

Família acreditava na doença

A falsa doente oncológica também convenceu a família que estava doente. Daniela Costa foi desmascarada em outubro do ano passado, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, onde se deslocava fingindo sofrer de doença oncológica. A sua atuação motivou a chamada da PSP ao local.

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A mulher acabou por ser levada para a Urgência do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, onde foi diagnosticada com síndrome de Münchhausen, um distúrbio psíquico em que a pessoa age como se sofresse de uma doença que não tem.

Daniela chegou mesmo a rapar o cabelo para simular os efeitos secundários da quimioterapia que nunca fez.

A mulher, agora acusada de burla, promoveu jantares, campanhas de angariação de fundos, concertos, aulas de desporto solidárias, latas para recolha de doações e festas.