Dez equipas que frequentaram o programa de aceleração IneoStart este ano apresentam, no dia 20, as suas ideias de negócio em Coimbra, perante uma plateia com potenciais investidores, parceiros e clientes, informou o Instituto Pedro Nunes (IPN), em nota de imprensa.

O IneoStart, desenvolvido em Coimbra pelo IPN, Universidade de Coimbra e pela júnior empresa jeKnowledge, vai na sua oitava edição, tendo já ajudado a formar 56 empresas, com uma taxa de sobrevivência de 89%. "É um programa muito importante, porque faz-se a investigação, mas depois falta esta abordagem mais ligada ao mercado", disse à agência Lusa o investigador da Universidade de Coimbra Francisco Duarte, que participa na iniciativa com o projeto Venex, um equipamento para aplicação em pavimentos rodoviários que permite reduzir a velocidade de circulação dos carros.

O Venex está a ser desenvolvido no âmbito do projeto de doutoramento de Francisco Duarte, estando previsto o arranque de testes de protótipos para breve.

O equipamento é aplicado apenas com uma "pequena obra de substituição da camada de desgaste" da estrada, sendo que o sistema, que combina materiais específicos e uma deformação da própria camada aplicada, faz com que o carro abrande automaticamente sem ação do condutor, sem sofrer oscilações e sem ser necessário travagens bruscas ou desconforto, como acontece com as lombas, explicou.

Ao extrair a energia cinética do veículo, o Venex vai permitir ainda transformar essa energia da passagem do carro pelo piso em energia elétrica, que "pode ser usada para iluminar a via pública, as passadeiras ou os semáforos", sublinhou.

Fármaco libertado durante "sete a 300 dias"

Pelo IneoStart, passou também nesta edição o projeto InEye, sediado em Coimbra, que desenvolveu um sistema que permite substituir as gotas aplicadas nos olhos. O pequeno dispositivo esférico, semelhante a uma pequena pérola, é colocado no interior da pálpebra inferior do olho, fazendo com que o fármaco seja libertado durante "sete a 300 dias", contou à Lusa Paula Ferreira, do InEye.

Para além de o sistema ser mais fácil de usar, o fármaco não é desperdiçado (no caso das gotas há um "desperdício de 75%"), frisou Paula Ferreira, referindo que o sistema ganha particular importância em doenças crónicas, como é o caso do glaucoma, em que as gotas têm de ser aplicadas durante toda a vida.

O InEye "já tem muitos anos de investigação no laboratório. Agora, é preciso dar o salto", salientou.

Foi a pensar nesse salto, que o sócio-fundador da EcoXperience César Henriques procurou o IneoStart, considerando que no último mês o projeto "andou a uma velocidade de foguetão", face à entrada no programa de aceleração, que abriu "muitos caminhos" e facilitou "muitos contactos".

A empresa, criada a partir de um projeto na Universidade de Coimbra, procura encontrar soluções para valorizar desperdícios domésticos.

O primeiro caso é o do óleo alimentar, em que a EcoXperience criou um ‘kit’ pedagógico, para crianças dos seis aos doze anos, que permite transformar óleo alimentar em sabonetes líquidos biodegradáveis.

Depois de criado o ‘kit’ pedagógico, a empresa de Coimbra está a preparar agora uma linha industrial - para restaurantes e cantinas - e outra doméstica.

O IneoStart arrancou em 2010 e por lá já passaram empresas como a LaserLeap, a DoDoc ou a Book in Loop.