Pelo menos 50 milhões de euros é valor exigido por José Moreira da Silva, médico e diretor clínico do Hospital de Gaia, para as obras em falta naquela unidade pública de saúde.

"Espero que esteja vertido no OE que as obras em Gaia são para fazer celeremente, que não estamos aqui a empatar e que são precisos pelo menos 50 milhões de euros para fazer o resto das obras", sublinha Moreira da Silva, em declarações à rádio TSF.

O Serviço de Urgência parece um cenário de guerra com macas por todo o corredor

Caso contrário, a demissão anunciada no início de setembro é mesmo para avançar: "Apresentamos no dia a seguir a demissão em bloco, mas ficamos no cargo até sermos substituídos, obviamente. Ninguém está a pensar deixar o hospital ao deus-dará".

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José Moreira da Silva acrescenta que dentro daquela instituição de saúde tem recebido apoio dos restantes profissionais. "Recolhemos cerca de 300 assinaturas de médicos do hospital que estão solidários com os diretores de serviço. Portanto, não estamos a falar de 50, mas de 350", frisa o especialista.

Demissão em bloco

No dia 5 de setembro, todos os 52 diretores e chefes de serviço do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho renunciaram aos cargos. As causas para a demissão coletiva foram as "condições indignas de assistência no trabalho e falta de soluções da tutela", disse na altura o diretor clínico demissionário.

"[Existem] condições caóticas. O Serviço de Urgência parece um cenário de guerra com macas por todo o corredor. Quase é impossível circular (...). Este hospital está a definhar. As prioridades são a melhoria das infraestruturas e dotar o hospital com os recursos humanos necessários", afirmou, na altura, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.