14 de novembro de 2013 - 13h50

 O diretor-geral da Saúde, Francisco George, alertou hoje para a necessidade de se promover o diagnóstico precoce da SIDA como forma de controlo desta pandemia a fim de ser tratada e evitar a transmissão a outros cidadãos.

Francisco George falava na cerimónia de assinatura de dois protocolos com o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Mário Figueiredo, e do Conselho de Administração da RTP, Alberto da Ponte, no âmbito da campanha “VIH/SIDA em Portugal – 30 anos: refletir e agir”.

“Esta parceria (com a Liga e RTP) permite-nos difundir junto dos portugueses as nossas preocupações e nós temos uma preocupação central que é evitar o atraso do diagnóstico para quem esteja eventualmente infetado”, referiu o diretor-geral de Saúde.

Francisco George recordou que o primeiro caso diagnosticado e comprovado em Portugal teve lugar em junho de 1983 e, desde então, foram diagnosticados 44 mil casos de SIDA, dos quais 25 mil estão em acompanhamento pelos serviços especializados da rede hospitalar.

“Há ainda muito trabalho sobretudo no que respeita à facilitação do diagnóstico. É, hoje, no plano da ética do cidadão, incompreensível que ainda existam resistências à realização do teste”, defende.

O responsável defendeu a importância do diagnóstico precoce com o facto de “uma vez a condição diagnosticada ela pode ser tratada, de forma gratuita para o cidadão, com a vantagem de poder ser reduzida a carga viral do doente infetado e reduzir assim a sua transmissão”.

Francisco George recordou ainda que em Portugal, onde o tratamento ao doente infetado “é tido como um exemplo para outros países”, há por ano mil casos novos de SIDA e o diagnóstico precoce aponta para o objetivo de reduzir e controlar esta pandemia.

Há três principais vias de transmissão do vírus da SIDA em Portugal. A transmissão heterossexual, com 65 por cento dos casos diagnosticados, é a mais importante. De todos os casos, 65 por cento devem-se a transmissão no seguimento de relações sexuais desprotegidas entre homens e mulheres, quando um dos parceiros está infetado.

A transmissão por via homossexual segue na segunda posição dos novos casos de SIDA em Portugal, com 25 por cento, e só 10 por cento se ficam a dever à utilização indevida de drogas por via endovenosa não protegida.

A LPFP, através de um conjunto de iniciativas, com spots gravados pelos capitães das equipas e jornadas de sensibilização, e a RTP, através de uma campanha televisiva com 30 depoimentos, associaram-se à campanha “VIH/SIDA em Portugal - 30 anos: refletir e agir”.

Lusa