13 de setembro de 2013 - 17h46
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, afirmou hoje que não há um risco imediato de existir dengue em Portugal continental, salientando que todos os casos registados são importados.
“Não temos a espécie de mosquito que existe na região autónoma [da Madeira] e, portanto, não temos imediatamente um risco de ter dengue em Portugal [continental]”, afirmou Francisco George.
Aos jornalistas, no Funchal, o responsável explicou: “Os casos de dengue que se verificam no continente são importados, são doentes que viajaram para determinados países, nomeadamente para o Brasil, para Angola e para países da América do Sul, como a Venezuela, e aí adquiriram a infeção que, depois, é manifestada, uma vez de regresso, já no continente e as análises mostram tratar-se de dengue, mas esse dengue não foi adquirido através de uma picada no continente”.
Questionado sobre o trabalho desenvolvido no continente português nesta matéria, o diretor-geral da saúde declarou que existe “uma rede de vigilância dos vetores com armadilhas que são colocadas em locais estratégicos, nomeadamente junto aos portos e aeroportos, que fazem a captura de mosquitos que depois são analisados, não só para se perceber quais são essa espécies, mas também para saber se estão ou não infetados”.
“O problema não está no mosquito em si, o problema está só se o mosquito estiver infetado”, observou, garantindo que as armadilhas estão a ser “devidamente monitorizadas e vigiadas”.
A 03 de outubro de 2012, o Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE) da Madeira tornou pública a existência de dois casos confirmados de febre de dengue, cuja transmissão ocorre através da picada dos mosquitos “Aedes aegypti”, quando infetados com o vírus, mosquitos que foram detetados na ilha em 2005.
Em março, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou que o número de casos de febre de dengue detetados na ilha da Madeira diminuiu para valores residuais e considerou o surto controlado.
Numa nova atualização, disponível no sítio na Internet da DGS, lê-se que desde o início do surto de dengue na Madeira foram notificados “2.187 casos prováveis de febre de dengue, dos quais 1.084 (50%) foram confirmados laboratorialmente”.
Desde a última atualização da DGS, em maio, “foram reportados nove novos casos prováveis de febre de dengue na ilha”, sendo que todos foram sujeitos a investigação laboratorial, “tendo sido confirmados apenas dois, importados da Venezuela”.
Segundo a DGS, desde que o surto foi considerado controlado, “não foram identificados novos casos autóctones de dengue na ilha”.
“Podemos dizer, neste momento, é que não há atividade epidémica de dengue na região autónoma e em nenhuma parte do território português”, esclareceu Francisco George, considerando que “há um trabalho que tem sido feito e que, naturalmente, tem agora resultados”, mas escusando-se a antecipar o futuro.
Segundo Francisco George, “neste momento, ao contrário do que aconteceu no ano anterior, há uma situação de mais tranquilidade”, pois os casos que se verificaram foram “todos adquiridos fora da região” e “isso é positivo”.
“Mas também sabemos que é muito difícil erradicar e eliminar, definitivamente, o dengue. Num futuro, provavelmente próximo, teremos uma vacina eficaz, mas ainda não há vacina”, acrescentou.
Apesar de não haver atividade epidémica de dengue, mantêm-se todas as medidas de vigilância, controlo e resposta consideradas adequadas, assim como as recomendações para proteção individual, adianta a DGS.

Lusa