O Grupo Lusíadas Saúde inaugurou o Centro de Cardiologia de Lisboa, no Hospital Lusíadas Lisboa, em novembro de 2021. Este novo espaço agrega as áreas de Ambulatório, a Unidade de Intervenção Cardiovascular e a Imagiologia, acolhe o primeiro Cardio Lounge em Portugal e integra uma equipa multidisciplinar “altamente especializada”, segundo Diogo Torres, coordenador da Unidade de Cardiologia do Cluster de Lisboa do grupo Lusíadas Saúde. “Penso que, à exceção do transplante cardíaco, o Centro de Cardiologia de Lisboa não só acompanha como antecipa as melhores práticas e elevados padrões mundiais”, disse o médico ao HealthNews.

HealthNews (HN) – Porque é que o Grupo Lusíadas Saúde decidiu inaugurar este ano o Centro de Cardiologia de Lisboa?

Diogo Torres- O Centro de Cardiologia de Lisboa é a mais recente aposta do grupo Lusíadas Saúde em centros de diferenciação. É uma resposta especializada para a prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no país.

O Hospital tem registado, desde a sua inauguração em 2008, um elevado crescimento da atividade assistencial. Do ponto de vista de infraestruturas existiu, por isso, a necessidade de aumentar o espaço disponível. Com este Centro de Cardiologia, a Lusíadas Saúde triplicou a sua capacidade de resposta.

Paralelamente, a Lusíadas Saúde tem vindo a investir em equipamentos de última geração, nomeadamente na área de imagiologia cardíaca. Também a Unidade de Intervenção Cardiovascular, que foi totalmente remodelada com o objetivo de a transformar numa unidade moderna, está bem equipada para responder a todas as intervenções que se realizam atualmente nesta área.

Este Centro, ao serviço de todos os portugueses, é o reconhecimento da importância da doença cardiovascular e da aposta na inovação na saúde em Portugal.

HN- Quais foram os objetivos delineados ao longo dos últimos 13 anos e, mais precisamente, antes de avançarem com este projeto?

DT- Este é o maior centro de cardiologia privado do país. É um projeto ambicioso e já com alguns anos. Mais recentemente, com todas as condições de infraestruturas reunidas, o Grupo Lusíadas Saúde investiu três milhões de euros na inauguração do espaço.

A Lusíadas Saúde já disponibilizava profissionais de excelência, com uma qualidade transversal ao corpo clínico, técnicos, enfermeiros, auxiliares, e agora tem um novo espaço de diagnóstico e tratamento, onde estão concentrados todos os procedimentos mais recentes nas áreas da cardiologia e da cardiologia de intervenção.

Considerando o propósito do Grupo Lusíadas de melhorar o desempenho do sistema de saúde, bem como a saúde e o bem-estar geral, a inauguração deste Centro reveste-se ainda de maior importância, porque acontece numa conjuntura em que as restantes doenças, nomeadamente as cardiovasculares, não esperam pelo fim da Covid-19.

HN- Como é que o Centro de Cardiologia de Lisboa está estruturado?

DT- O Centro de Cardiologia de Lisboa agrega as áreas de Ambulatório, a Unidade de Intervenção Cardiovascular e a Imagiologia. A área de Ambulatório, que se situa no edifício 2, é constituída por 18 gabinetes, oito dos quais de consulta, onde quer os cardiologistas quer profissionais de outras especialidades, como medicina interna, endocrinologia, psicologia, nutrição e cirurgia cardíaca, realizam consultas em regime ambulatório aos clientes. É nessa área que funcionam também os exames complementares não invasivos, como, por exemplo, o ECG com prova de esforço, Holter, MAPA e Ecocardiografia. Na ecocardiografia foi efetuado um investimento em ecógrafos da GE topo de gama.

Na área da imagiologia avançada não ecográfica são realizadas as ressonâncias e TAC cardíaco. Existem duas ressonâncias, uma com três tesla, e dois equipamentos de TAC, onde são efetuados os angio-TAC cardíacos.

A terceira importante componente do Centro é a Unidade de Intervenção Cardiovascular, que disponibiliza as técnicas mais diferenciadas nas diversas áreas de intervenção vascular.

Neste momento, o Hospital Lusíadas Lisboa tem duas novas salas dotadas de aparelhos de última geração, uma delas dedicada sobretudo a intervenção coronária e estrutural e outra dedicada a intervenção na área da arritmologia, mas que permite também efetuar a intervenção não cardíaca, nomeadamente vascular, e neurológica e radiologia de intervenção.

HN- Que técnicas inovadoras e minimamente invasivas serão aplicadas?

DT- A cardiologia de intervenção é habitualmente realizada por técnicas minimamente invasivas. Aqui não é exceção. Pelo contrário. São punções arteriais que vão de dois milímetros até um ou dois centímetros. Uma das grandes diferenciações reside na intervenção na válvula aórtica, portanto, a implantação de válvulas por via percutânea.

O Hospital Lusíadas Lisboa é a unidade privada com maior número de próteses aórticas percutâneas (TAVI) implantadas.

O grupo Lusíadas Saúde diferencia-se ainda na intervenção em cardiopatias congénitas, onde existe uma vasta experiência nacionalmente reconhecida. Destaco igualmente outros procedimentos, tais como a colocação de clips mitrais (Mitraclip) na insuficiência mitral não operável, o encerramento de comunicações inter-auriculares e de foramen ovale patente, a ablação alcoólica do septo inter-ventricular na miocardiopatia hipertrófica ou o encerramento do apêndice auricular esquerdo.

Tudo isto são tecnologias de inovação de intervenção nas várias áreas da cardiologia. Penso que, à exceção do transplante cardíaco, o Centro de Cardiologia de Lisboa não só acompanha como antecipa as melhores práticas e elevados padrões mundiais.

HN- Como é composta a vossa equipa multidisciplinar?

DT- A equipa multidisciplinar do Hospital Lusíadas Lisboa é altamente especializada. Integra cerca de 25 médicos, desde os especialistas clínicos com vocação para áreas como a insuficiência cardíaca, a reabilitação cardíaca e prevenção, a profissionais na área de imagem. Acrescem os profissionais na cardiologia de intervenção, cerca de 12, quer seja na vertente de intervenção coronária, quer na de intervenção estrutural, ou ainda de arritmologia de intervenção.

HN- Qual a importância de terem o primeiro Cardio Lounge de Portugal e o que é que o distingue dos demais centros de recobro?

DT- O Cardio Lounge é outra das grandes novidades do Centro de Cardiologia de Lisboa. Trata-se de um espaço pioneiro no país que transformou o tradicional conceito de recobro, no qual se investiu no conforto e na mobilidade precoce dos pacientes após determinados procedimentos no âmbito da cardiologia de intervenção. A aposta no Cardio Lounge, um conceito que surgiu na Holanda pela primeira vez, permite a melhoria da experiência do cliente e dos outcomes clínicos obtidos.

Com as intervenções realizadas, os doentes podem e devem começar logo a andar, em vez de ficarem a recuperar deitados nas camas. Continuam a ser permanentemente monitorizados, através de monitorizações portáteis ligadas a uma central de controlo onde está um enfermeiro. Os doentes podem, assim, circular pelo Cardio Lounge, estar sentados ou, por exemplo, ver televisão e ler o jornal.

Este conceito oferece muito maior conforto ao doente, com poltronas individuais, com televisão privativa e acesso à internet, mas exatamente com o mesmo grau de segurança clínica. Estas novas abordagens têm inúmeras vantagens para os doentes, porque aceleram o processo de recuperação e a alta.

Em bom rigor, este conceito já não é o futuro. No grupo Lusíadas Saúde já é uma realidade. É o presente.

HN- Este centro acompanha as necessidades do doente de hoje?

DT- Sem qualquer dúvida. Como mencionei anteriormente, este Centro de Cardiologia de Lisboa alia a mais recente tecnologia a uma equipa que conta com alguns dos mais consagrados cardiologistas nacionais, juntando à sua experiência e conhecimento um grupo de jovens cardiologistas altamente relacionados com a inovação e as mais recentes abordagens mundiais às patologias cardiovasculares.

O Hospital Lusíadas Lisboa tem todos os serviços disponibilizados por um hospital público em Portugal e está totalmente alinhado com as melhores práticas do mundo. Tem prevenção 24 horas por dia, sete dias por semana, quer nas áreas de cardiologia, quer nas áreas de cirurgia vascular e nas áreas de radiologia de intervenção.

A Lusíadas Saúde continua, assim, a reforçar o seu compromisso com o Sistema Nacional de Saúde, investindo em soluções que contribuam para uma recuperação sustentável do setor e centrada nas pessoas, sobretudo numa altura em que o Serviço Nacional de Saúde está sobrecarregado e não consegue, infelizmente, assegurar uma total capacidade de resposta.

HN- Acham que ainda podem dar mais ao país e aos doentes?

DT- Sim, o nosso contributo não se esgota na inauguração do Centro. Na coordenação da cardiologia das unidades de saúde da grande Lisboa, estamos totalmente alinhados com as administrações do Hospital Lusíadas Lisboa e do Grupo Lusíadas Lisboa para continuar a inovar neste Centro, oferecendo uma melhoria permanente da experiência de cliente e dos seus resultados clínicos.

Este é um investimento a prazo e para o Sistema Nacional de Saúde. É mais um passo para a materialização da nossa missão: ajudar as pessoas a viver vidas mais saudáveis e a contribuir para que o sistema de saúde funcione melhor para todos. É mais um contributo para tentar travar as estatísticas destas patologias de grande incidência nacional.

HN- Quer acrescentar alguma coisa?

DT- Para terminar, gostaria apenas de referir que o Hospital Lusíadas Lisboa está inserido no Cluster Lisboa, que agrega ainda todas as unidades de saúde desta zona geográfica: Hospital Lusíadas Amadora (antiga Clínica de Stº António), Clínica Lusíadas Almada e a Clínica Lusíadas Oriente.

Os Clientes Lusíadas encontram uma rede de cuidados de saúde de excelência, com a mesma qualidade e segurança em qualquer uma das unidades que procurem.

A unidade de cardiologia do Cluster realiza os procedimentos mais diferenciados da área de Lisboa. Integram este projeto de Lisboa cerca de 50 médicos, com uma média de idades de cerca de 49 anos. A faixa etária varia entre os 31 e os 72 anos. Portanto, o Grupo tem especialistas mais jovens, mais direcionados para a inovação e utilização das novas tecnologias, e muitos profissionais mais conceituados e experientes no mercado. Há, portanto, uma simbiose entre gerações, centrada num único propósito de disponibilizar a melhor resposta individualizada a cada doente.

HN/Rita Antunes