A diabetes mellitus é uma doença metabólica que se caracteriza pela subida do valor da glucose no sangue, existindo dois principais tipos de diabetes.

A Diabetes mellitus tipo 1 é responsável por 6 a 8% do total de diabéticos, sendo mais frequente em jovens e resulta da ausência de produção de insulina pelo pâncreas. Já a Diabetes mellitus tipo 2, o principal tipo de diabetes, é responsável por aproximadamente 90% dos casos, apresentando como causa diferentes mecanismos, salientando-se a resistência à actuação da insulina e a diminuição progressiva da produção de insulina.

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Portugal apresenta das mais elevadas taxas de prevalência desta doença nos países desenvolvidos, com um valor estimado de 13,3% de diabéticos na população adulta (aproximadamente um milhão de portugueses são diabéticos), dos quais praticamente metade ainda não tem diagnóstico firmado, ou seja, não sabem que têm esta doença.

Os números são ainda mais preocupantes, pois aproximadamente 2 milhões de portugueses apresentam critérios de pré-diabetes, estando sob uma agressão metabólica muito relevante e com risco elevado de transformação em diabetes nos próximos anos.

As pessoas com diabetes (nomeadamente diabetes tipo 2) apresentam com frequência outros fatores de risco cardiovasculares, nomeadamente obesidade/excesso de peso, hipertensão arterial e a elevação do colesterol e/ou dos triglicerídeos.

Esta associação entre a elevação da glicemia e os restantes factores de risco cardiovasculares faz com o doente com diabetes apresente um elevado risco de eventos cardiovasculares/ateroscleróticos nomeadamente:

- o aumento de aproximadamente quatro vezes o risco de enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral ou doença arterial periférica;

- o aumento significativo do risco de desenvolver insuficiência cardíaca.

Temos assim, que a principal causa de morte nas pessoas com diabetes são as doenças cardiovasculares, originando um redução significativa do tempo de sobrevida (6-12 anos) comparativamente a uma pessoa sem diabetes, levando a que a sociedade pondere um cuidado especial por esta patologia, tendo em conta que retira anos de vida e morbilidade.

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Nos últimos anos surgiram novas moléculas para o tratamento da diabetes (orais ou injetáveis - não insulina) que permitem reduções relevantes dos eventos cardiovasculares e redução significativa da morte cardiovascular e global. Estes fármacos permitem ainda o controle da glicemia, redução da pressão arterial e reduções significativas do peso.

Desta forma um tratamento adequado, através de fármacos com benefícios comprovados, com controle das glicemias, associado a uma melhoria de outros factores de risco cardiovasculares permite uma redução mais relevante do risco de doença cardiovascular e sobretudo uma redução significativa da morte nas pessoas com diabetes.

Um artigo do médico Luís Andrade, Assistente Hospitalar de Medicina Interna.