16 de janeiro de 2013 - 12h17
A diabulimia, distúrbio alimentar que reúne os malefícios da diabetes tipo I com a bulimia nervosa, está a preocupar a comunidade médica. Organizações sem fins lucrativos querem que a doença seja reconhecida como uma patologia do foro mental.
Segundo uma auditoria clínica britânica, a NHS National Diabetes Audit, uma grande proporção de mulheres entre os 15 e os 30 anos com diabetes tipo I (insulino-dependentes) está a suspender injeções de insulina com o intuito de controlar ou perder peso. Muitas destas doentes, antes de saberem que tinham diabetes, sofriam de outros distúrbios como anorexia, bulimia ou ingestão compulsiva, o que pode ter contribuído para o aparecimento desta desordem alimentar.
Quando as injeções de insulina são suspensas, o nível de açúcar no sangue fica mais elevado, o que faz com que o doente fique com a boca seca, perca peso, tenha vontade de urinar com mais frequência e, como consequência mais grave, sofra de cetoacidose diabética.
Os doentes que sofrem de diabetes tipo I necessitam de injeções contínuas de insulina já que, sem a presença desta proteína no sangue, o corpo não pode utilizar os alimentos como fonte de energia e a maior parte das calorias ingeridas não são absorvidas. Quando não existe energia necessária, o organismo utiliza as suas reservas de gordura para produzi-la e o doente perde peso.
Riscos mortais 
No caso dos diabéticos tipo I, a agência britânica recorda que a não ingestão das doses de insulina recomendadas pode conduzir à morte.
Em adolescentes com diabulimia podem ocorrer complicações crónicas mais cedo, como por exemplo a retinopatia diabética, uma das principais causas de cegueira, ou a interrupção do desenvolvimento na puberdade. A falta de insulina pode ainda provocar insuficiência renal, impotência, dilatação do fígado e graves problemas circulatórios.
Desde março de 2012, mais de 8 mil pessoas deram entrada nos hospitais do Reino Unido com sintomas provocados por falta de insulina.
Por Rita Afonso