O acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de morte em Portugal: a cada hora, morrem dois portugueses vítimas de AVC.
Em Portugal, o AVC é ainda responsável pelo internamento de mais de 27 000 doentes por ano; cerca de 15% dos quais morrem durante o internamento.
Na Europa, o AVC é também a maior causa de incapacidade a longo prazo: cerca de 50% das pessoas que sobrevivem a um AVC ficam com limitações importantes que comprometem a sua qualidade de vida.
Um em cada seis AVC deve-se à fibrilhação auricular
A fibrilhação auricular é a arritmia mais comum na população. Estima-se que em Portugal perto de 120 000 pessoas tenham esta arritmia, e este número deverá aumentar porque a população portuguesa está a envelhecer e a idade avançada é uma das causas de fibrilhação auricular.
A fibrilhação auricular pode não dar sintomas, mas um exame simples e barato permite detectá-la imediatamente: o electrocardiograma. Outras vezes, esta arritmia determina sintomas: (1) alguns doentes sentem que o coração bate de forma irregular e por vezes rápida; (2) outros sentem cansaço fácil, desconforto no peito, falta de ar ou tonturas.
Nas pessoas com fibrilhação auricular, os AVCs ocorrem porque esta arritmia facilita a formação de coágulos de sangue dentro do coração. Por vezes estes coágulos são largados na circulação e param numa artéria do cérebro, obstruindo-a e levando à morte de células cerebrais.
Cerca de 90% dos AVC são evitáveis
Em cada 10 AVCs, 9 devem-se a um ou mais factores de risco sobre os quais se poderia ter intervido para anular o risco de AVC. Estes factores de risco incluem: hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade, excesso de colesterol, fumo de tabaco, erros alimentares, diabetes, stress psicossocial, consumo de álcool e algumas doenças do coração. De facto, alguns AVCs são directamente causados por certas doenças do coração, de que é exemplo importante uma arritmia designada fibrilhação auricular.
A toma de medicamentos que dificultam a formação de coágulos é crucial para prevenir o AVC causado pela fibrilhação auricular
O AVC causado pela fibrilhação auricular pode ser evitado pela toma de medicamentos que dificultam a formação de coágulos. Há vários medicamentos com este efeito e a escolha é feita em função do risco tromboembólico de cada indivíduo.
Contudo, a maioria das pessoas com fibrilhação auricular carece de medicamentos anticoagulantes potentes, que requerem análises de sangue periódicas. Avanços recentes permitiram o desenvolvimento de medicamentos anticoagulantes que dispensam a monitorização laboratorial.
O que posso fazer para evitar o AVC?
• Conheça os seus factores de risco: meça a pressão arterial, o colesterol e a glicemia; verifique o ritmo cardíaco
• Seja fisicamente activo e faça exercício físico com regularidade
• Coma de forma saudável de modo a evitar a obesidade
• Limite o consumo de bebidas alcoólicas
• Não fume
• Conheça os sintomas de alarme do AVC e ligue o 112 no caso de suspeita
2010-10-28
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