Esta informação da DGS surge depois do recente alerta do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o surgimento de casos de hepatite aguda em crianças sem causa ainda conhecida registados em vários países.
“O ECDC e a OMS emitiram um alerta de que se encontram em curso investigações em todos os países que relataram casos de hepatite aguda de etiologia desconhecida em idade pediátrica”, adianta o documento da autoridade de saúde.
De acordo com a informação agora disponibilizada aos “médicos do sistema de saúde português”, o quadro clínico mais comum inicia-se com sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vómitos antes da apresentação de icterícia, sempre no contexto do aumento da Aspartato Aminotransférase (AST) ou Alanina Aminotransférase (ALT)” (enzimas presentes nas células do fígado).
A DGS refere ainda que estes casos de hepatite aguda têm sido detetados em crianças e jovens com idades que “variam entre um mês e 16 anos”, sendo ainda “registada a necessidade de transplante hepático em cerca de 10% dos casos”.
Segundo a informação agora publicada, a definição de caso provável cumpre quatro condições: o doente ter 16 ou menos anos, apresentar hepatite aguda não com origem nos vírus A, B, C, D e E, ser um caso a partir de 01 de outubro de 2021 e ter as enzimas AST ou ALT com valores considerados elevados (acima de 500 UI/L).
Na presença de um caso suspeito, o médico deverá proceder à comunicação ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), uma informação será depois partilhada com a autoridade de saúde territorialmente competente para que prossiga com a realização do inquérito epidemiológico.
Em 28 de abril, o ECDC apelou às autoridades de saúde nacionais para efetuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as suas causas continuam por determinar.
Já na última quarta-feira, a DGS anunciou que Portugal tinha quatro casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças, com idades entre os sete meses e os oito anos, adiantando que nenhuma apresentou complicações graves, tendo recuperado do quadro clínico.
“As crianças tiveram sintomas em abril e estiveram internadas, mas nenhuma apresentou complicações graves, tendo recuperado do quadro clínico”, afirmou a autoridade de saúde, sublinhando que se encontram em investigação fatores epidemiológicos como viagens ou ligações entre os casos, em colaboração com o ECDC.
A OMS registou 228 casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças em 20 países de várias partes do mundo, afastando, por isso, a sua ligação a uma área geográfica específica.
Desde os primeiros casos registados no Reino Unido, “são conhecidos pelo menos 228 casos prováveis reportados de 20 países e cerca de 50 estão sob investigação”, adiantou Philippa Easterbrook, especialista da OMS, numa conferência de imprensa em Genebra.
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