A mais recente vistoria, realizada a 24 de agosto por uma equipa composta por membros da Segurança Social, Proteção Civil e Saúde Pública, identificou 16 incumprimentos das regras da DGS para prevenir a propagação da COVID-19.

Segundo o relatório citado pela revista "Sábado", os responsáveis do lar não foram capazes de implementar vários procedimentos, continuando a haver ausência de zonas de isolamento, omissões de planos de contingência, falta de pessoal dividido por turnos "em espelho" e inexistência de procedimentos que assegurem que é medida a febre a todos os funcionários antes de entrarem ao serviço.

COVID-19: Da tragédia à batalha política no lar de Reguengos de Monsaraz
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Segundo a revista, foi identificada, por exemplo, a existência de funcionários a circular junto de utentes com a mesma roupa da rua ou profissionais das obras a circular entre ambos.

A publicação adianta que a descrição feita pelos técnicos que visitaram a residência de idosos da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva revela que a instituição parece ter aprendido pouco com o surto detetado em junho, que provocou a morte de 16 utentes, uma funcionária e um homem da comunidade.

No total, o surto infetou 80 utentes e 26 profissionais e matou 16 residentes, uma trabalhadora e um dos 56 infetados na comunidade.

O lar de Reguengos de Monsaraz não cumpria as orientações da Direção-Geral da Saúde, concluiu também uma auditoria da Ordem dos Médicos, que aponta responsabilidades à administração.

Nesse relatório da comissão de inquérito da Ordem dos Médicos para avaliar as circunstâncias clínicas do surto de COVID-19, lê-se que era possível cumprir “o isolamento diferenciado para os infetados ou sequer o distanciamento social para os casos suspeitos”. A comissão conclui que “os recursos humanos foram insuficientes para a prestação de cuidados adequados no lar, mesmo antes da crise de covid-19, uma situação que se agravou com os testes positivos entre os funcionários, que os impediram de trabalhar

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Em Portugal, morreram 1.829 pessoas das 59.051 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.