Os números foram divulgados no momento em que um primeiro grupo de passageiros começou a desembarcar depois de permanecer 14 dias em quarentena. As pessoas libertadas deram resultado negativo para o vírus, escreve a agência de notícias France-Presse.
Pelas 11:00 (02:00 em Lisboa) saíram os primeiros passageiros do navio Diamond Princess, em quarentena desde 03 de fevereiro no porto de Yohokoma, a sul de Tóquio, depois de ter sido detetado pelo menos um caso de infeção com o Covid-19, cujo surto começou no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan (centro).
Ao longo do dia, as autoridades preveem a saída de cerca de 500 passageiros, sempre e quando o resultado das análises realizadas sejam negativos para o coronavírus. A operação de desembarque vai prolongar-se até sexta-feira.
A bordo do Diamond Princess chegaram 3.711 pessoas, 2.666 passageiros, de meia centena de nacionalidades, e 1.045 tripulantes.
À saída do barco, os primeiros passageiros foram acompanhados por funcionários do Ministério da Saúde japonês, equipados com fatos protetores e máscaras faciais, a táxis e autocarros.
As autoridades japonesas criaram um cordão de segurança junto dos muitos jornalistas presentes no porto de Yokohama para proteger a identidade de quem se encontrava a bordo.
Dos 3.100 passageiros e tripulantes a bordo do cruzeiro, os de idade mais avançada foram os primeiros a desembarcar. As autoridades japonesas vão continuar a vigiar o estado de saúde de todas as pessoas que deixaram o cruzeiro, incluindo aquelas que apresentaram análises negativas.
O coronavírus COVID-19 provocou já 2.004 mortos na China continental e infetou mais de 74 mil a nível mundial.
Além das vítimas mortais no continente chinês, há a registar dois mortos na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
O que são coronavírus?
São uma larga família de vírus que vivem noutros animais (por exemplo, aves, morcegos, pequenos mamíferos) e que no ser humano normalmente causam doenças respiratórias, desde uma comum constipação até a casos mais graves, como pneumonias. Os coronavírus podem transmitir-se entre animais e pessoas. A maioria das estirpes de coronavírus circulam entre animais e não chegam sequer a infetar seres humanos. Aliás, até agora, apenas seis estirpes de coronavírus entre os milhares existentes é que passaram a barreira das espécies e atingiram pessoas.
Qual o modo de transmissão?
Os animais são a fonte primária de transmissão, mas já está confirmada a transmissão entre seres humanos. Ainda não há informação suficiente sobre as formas exatas de transmissão entre humanos. O vírus parece ser transmitido por via respiratória, através da tosse ou secreções de pessoas infetadas.
O período de incubação está estimado entre dois a 12 dias, podendo ir até 14 dias. Há indicação de que pode haver transmissão do vírus mesmo antes de os sintomas se manifestarem.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas são respiratórios e podem ser comuns ou semelhantes a uma gripe: febre, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e cansaço. Há doentes que desenvolvem pneumonia viral e até septicemia.
Há grupos de maior risco?
Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas. As autoridades destacam contudo que não há ainda informações suficientes para definir as pessoas atacadas de modo mais severo.
Um estudo hoje divulgado pelo Centro Chinês de Controlo de Doenças indica que 80% dos casos da infeção são ligeiros, que apenas 4,7% são considerados críticos e que as pessoas idosas ou com problemas de saúde prévios à infeção são as que correm mais riscos.
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