“A convulsão surge em contexto de febre, numa criança entre os 6 meses e os 5 anos de idade, sem doença neurológica prévia ou infeção cerebral que a justifique. Acontece em cerca de 4 por cento de crianças saudáveis, sendo maior o risco quando existe história de convulsões febris em familiares diretos”, alerta o pediatra Emídio Carreiro, Diretor do Centro da Criança e do Adolescente do hospitalcuf porto.
E acrescenta: “É mais frequente nas primeiras horas de febre e geralmente é caracterizada por perda de consciência, rigidez do corpo, movimentos simétricos dos braços e pernas e movimentos oculares anómalos. Durante a crise, a criança pode ficar com os lábios roxos, espumar pela boca e/ou ter perda involuntária de urina.”
As convulsões febris não provocam lesões cerebrais e na maioria das vezes não estão relacionadas com o início de uma epilepsia.
“Apenas 2,5 por cento das crianças com convulsões febris desenvolvem mais tarde epilepsia. Isto é mais comum em crianças com crises mais prolongadas, que afetam só um lado do corpo, quando a criança tem atraso do desenvolvimento ou há história familiar de epilepsia. O maior risco das convulsões febris é a sua repetição, que ocorre em cerca de um terço das crianças. Este risco é maior quanto mais nova for a criança na primeira crise, quanto menor for o intervalo entre o início da febre e a crise, quando associada a febre baixa e quando houver história familiar de convulsões febris”, explica o médico pediatra.
Nos casos de convulsão febril deve-se deitar a criança no chão, de lado, e afastar os objetos nos quais se possa magoar; não deve colocar nada dentro da boca da criança; tente baixar a febre com paracetamol em supositório ou pachos de água tépida. A criança deve ser sempre observada após uma convulsão febril.
As convulsões febris são crises de curta duração, entre 1 a 2 minutos. No entanto, caso a crise dure mais de 5 minutos, estiver associada a dificuldade respiratória ou vómitos ou se após o final da crise a criança tiver dificuldade em recuperar a consciência, deve contactar de imediato o 112.
O Centro da Criança e do Adolescente hospitalcuf porto pretende afirmar-se como uma instituição de referência na prestação de cuidados de saúde pediátricos a nível nacional.
23 de fevereiro de 2012
@LPM Comunicação
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