"Vejo com muito bons olhos a abertura gradual da economia real, é fundamental que seja feita e com medidas que possam garantir que a retoma da atividade não põe em causa o trabalho que foi feito de ponto vista de saúde pública", afirmou o gestor, que admite um grande impacto da pandemia no setor das telecomunicações.
Para Alexandre Fonseca, "o iníco do regresso à atividade que está aparentemente previsto para o início de maio é extremamente importante", realçando que as decisões tomadas "conseguiram conter o pico" da pandemia de covid-19 que se receava.
"Sabíamos que depois da garantia da saúde pública, a vertente económica era fundamental para não entrarmos numa recessão profunda que tem efeitos gravíssimos na vida das pessoas. Esta retoma, além de necessária, deve ser feita em áreas que permitam que esta recessão que vamos ter seja o mais curta e menos profunda possível", defendeu, dando como exemplo o comércio de rua e atividades relacionadas com o turismo. Mas, alertou, "é importante que sejam ditadas as regras" para que todos possam garantir o seu cumprimento.
"Já começámos há cerca de duas semanas a trabalhar num plano de retoma", avançou, salientando que assim que for dada indicação para tal seja possível o regresso de "alguma atividade" nos escritórios da empresa.
"Iremos fazer gradualmente", disse, apontando que alguns dos "ensinamentos" deste período de confinamento poderão passar a integrar a organização da empresa, como por exemplo, semanas de quatro dias no escritório e um dia em teletrabalho.
Questionado sobre a entrega no parlamento da proposta da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) para reforço da proteção dos utilizadores de comunicações eletrónicas, Alexandre Fonseca escusou-se a fazer comentários.
"No dia 20 de março, muito antes de qualquer comentário da Anacom, os CEO [presidentes executivos] dos três operadores, sob a égide da Apritel [associação do setor]" informaram o Governo que não iriam promover a desligamentos de serviços a clientes que não fossem capazes de pagar neste período de crise, "antes do decreto-lei do Governo", apontou.
Além disso "desde a primeira metade de março" que a Altice tem "estado em permanente contacto com o Governo" em grupos de trabalho, que "têm sido eficazes", salientou.
"Temos mostrado uma total colaboração e chegado a consensos entre Governo e operadores", rematou.
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