Em declarações à agência Lusa, o provedor da Misericórdia de Aljustrel, Manuel Frederico, indicou que o surto foi detetado após duas funcionárias terem tido resultado positivo nos testes regulares semanais à covid-19 feitos na instituição.
“No grupo que foi [testado] no dia 15 de janeiro, duas das funcionárias deram positivo. Por acaso, estão assintomáticas” e “não têm queixas”, disse, referindo que, na sequência desses casos, foram testados “todos os idosos e funcionários”, na quarta-feira.
Segundo Manuel Frederico, do universo de 69 utentes do lar, 32 fizeram testes com resultado positivo, sendo que apenas uma idosa está internada no hospital de Beja “com problemas respiratórios”.
Os restantes 31 utentes infetados encontram-se numa ala do edifício destinada apenas a doentes com covid-19, tal como previsto no plano de contingência.
“Há algumas instalações em Aljustrel, como o nosso lar antigo e da própria câmara, mas são quartos sem casa de banho individual”, enquanto “no nosso lar os idosos têm casa de banho individual e não precisam de sair do quarto”, justificou.
Já os 37 utentes com resultados negativos nos testes, ficaram numa outra ala do lar e as 10 funcionárias infetadas, num total de 60 testadas, estão a recuperar em casa.
Para o provedor da Misericórdia de Aljustrel, a identificação deste surto na instituição “é quase como ‘morrer na praia’”, uma vez que os idosos iam ser vacinados contra a covid-19 no dia em que acabaram por ser testados: “Agora, enquanto o surto não passar, não somos vacinados”.
Manuel Frederico indicou ainda que a instituição “fez tudo” o que estava ao seu alcance e gastou “dezenas de milhares de euros em equipamentos que não tinha” para evitar uma situação do género.
“Como temos um lar com condições, tínhamos os idosos praticamente confinados aos quartos a tempo inteiro e um sistema de visitas em que não se tocavam de maneira nenhuma. Mas, realmente, este vírus não tem complacência com ninguém e veio logo com uma força tremenda”, concluiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Comentários