Os dados atualizados pelo presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, com a indicação de que ainda hoje deverão ser conhecidos os resultados dos restantes testes realizados nas estruturas para idosos, que já contabilizam 96 utentes infetados e 12 funcionários.

O autarca está a coordenar a situação enquanto responsável municipal pela Proteção Civil e promoveu hoje mais uma reunião com as entidades locais, na qual foi ainda decidido ativar a equipa de intervenção rápida, com um médico, um enfermeiro e seis auxiliares para colmatar a falta de pessoal devido às quarentenas e isolamento profilático.

A Santa Casa da Misericórdia de Bragança tem a maior estrutura residencial do Nordeste Transmontano, com um edifício dividido em três lares que acolhem 170 idosos.

O surto surgiu com uma funcionária que testou positivo a 23 de setembro. Uma semana depois, a autoridade de saúde decidiu testar todos os idosos do lar de Santa Isabel, onde a funcionária trabalhava e os resultados foram sendo comunicados aos poucos durante esta semana.

Entretanto, também os outros dois lados foram testados e os resultados finais deverão ser conhecidos ainda durante o dia de hoje, segundo o autarca de Bragança.

“Todos os utentes são assintomáticos”, sublinhou, inclusivamente os seis que tinham sido encaminhados para o hospital e regressam ao lar “por não haver razão para terem de ficar internados”.

As entidades locais decidiram também hoje que os utentes que estão positivos vão permanecer nos lares, enquanto os negativos serão alojados numa unidade hoteleira de Bragança.

Outra decisão tomada foi a de testar todos os trabalhadores, num total de 370, da instituição e os 71 utentes do Centro de Educação Especial e os 62 da Unidade de Cuidados Continuados.

Em relação ao jardim-de-infância e escola básica que funcionam no complexo da Misericórdia, as autoridades não encontraram motivos para fechar os estabelecimentos, nem testar todas as crianças, mas apenas professores e outros funcionários.

O presidente da Câmara de Bragança esclareceu que o ritmo a que são feitos os testes “é ditado pelas autoridades de saúde” e defendeu que deveria “haver uma maior celeridade na resposta, nomeadamente quer do número de testes, quer também na resposta de resultados dos mesmos testes”.

“Terá que haver aqui uma maior agilização para que possam ser tomadas decisões mais atempadamente “, afirmou.

A situação da Misericórdia “preocupa” o autarca “porque pode ter um impacto maior na comunidade”.

“Eu espero que consigamos com as medidas todas que estamos a adotar, que isso não aconteça”, acrescentou.

Este surto fez disparar o número de infeções pelo novo coranavírus no distrito de Bragança para mais de 800 desde o início da pandemia.

A região contabiliza 28 óbitos associados à covid-19.