“Se a Espanha recuou nas suas intenções não tenho nada a dizer, ainda bem que acabou em bem”, respondeu Rui Rio, questionado pelos jornalistas no parlamento.

O líder do PSD admitiu que estes avanços e recuos podem dar indicações erradas aos portugueses, mas que qualificou apenas como “uma confusão”, que não classificou como grave nem “lesiva dos interesses nacionais”, ao contrário do caso do Reino Unido.

O executivo espanhol pediu hoje “desculpas pela confusão” e recuou nas suas intenções, depois de ter anunciado na segunda-feira que seria necessária prova de vacinação contra a covid-19 ou teste negativo nas fronteiras terrestres com Portugal, norma entretanto corrigida.

Pelo contrário, quanto ao Reino Unido, que retirou Portugal da sua “lista verde” de turismo, Rui Rio defendeu que “o Governo português devia ter uma posição de muita firmeza com o Reino Unido”.

“Não sei se é suficiente para alterarem a sua posição, agora o Reino Unido portou-se e está-se a portar de uma forma muito injusta para com Portugal”, afirmou.

Para Rio, a abertura de fronteiras “apenas para realizarem um jogo de futebol que não queriam lá”, a final da Liga dos Campeões, “é injusto, não é correto e não é forma de tratar Portugal”.

Para o presidente do PSD, “o Governo deve ter uma posição muito dura, independentemente do erro de ter aceitado a Liga dos Campeões com público” no Porto e deixou dois alertas.

“Temos quase meio milhão de portugueses na Inglaterra que, nas férias grandes costumam vir às suas terras (…) E vamos ver se os ingleses que vieram ver o jogo não vieram eles também infetar os portugueses, deixe esperar mais uns dias”, disse.

Questionado sobre a decisão do PSD de não voltar a apresentar o diploma que prolonga o uso obrigatório de máscaras na rua, cujo efeito terminava no domingo, Rio repetiu as explicações avançadas à Lusa pelo líder parlamentar Adão Silva.

“Porque agora cabe ao Governo monitorizar essa situação. Não estamos numa situação tão aguda como estávamos quando apresentámos pela primeira vez o projeto”, justificou.

À pergunta como votará o PSD o diploma semelhante que será agora apresentado pelo PS, Rio disse querer aguardar para ler o projeto-lei, mas admitiu que “a maior probabilidade é votar a favor”.

O líder do PSD foi ainda questionado sobre a decisão judicial de levar a julgamento o secretário-geral do PSD, José Silvano, pelo caso das alegadas falsas presenças no parlamento, mas escusou-se a comentar.

“Estou dentro do processo, conheço-o bem, e devo dizer que acho prudente nem sequer comentar e aguardar. Conheço bem de mais o processo, pensando bem é melhor eu nem comentar”, afirmou.