“Foi aprovado um novo local de fabrico para a produção da substância ativa [de vacina contra a covid-19] da AstraZeneca. O local de Halix está localizado em Leiden, na Holanda, e elevará para quatro o número total de locais de fabrico licenciados para a produção da substância ativa da vacina”, informa a EMA, em nota de imprensa.
A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, já veio reagir à aprovação e, numa nota enviada à agência Lusa, saúda esta ‘luz verde’ ao local de produção de Halix dizendo esperar “que as vacinas produzidas por esta fábrica sejam entregues nos próximos dias aos Estados-membros da UE como parte da obrigação contratual e do compromisso assumido pela AstraZeneca para com os cidadãos europeus”.
“Alguns dos nossos Estados-membros foram gravemente afetados pela dececionante redução das entregas de vacinas AstraZeneca”, critica Stella Kyriakides, notando que, “se não tivessem sido as entregas abaixo do acordado” com esta farmacêutica, “as taxas de vacinação da UE poderiam ter sido quase duas vezes mais elevadas”.
Também hoje aprovado pela EMA foi um novo local de produção (tanto de substância ativa como de produto final) da vacina BioNTech/Pfizer em Marburgo, na Alemanha, afirmando Stella Kyriakides na nota enviada à Lusa que esta “é uma notícia muito boa”, que revela que a UE está a “trabalhar a toda a velocidade para aumentar a capacidade de produção de vacinas contra a covid-19”.
Como qualquer medicamento na UE, as vacinas contra a covid-19 só podem ser fabricadas em locais aprovados pelo regulador europeu.
No que toca à campanha de vacinação europeia, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE receberam já a segunda dose da vacina contra a covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia esteja completamente imunizada, segundo a informação divulgada pela Comissão Europeia na quinta-feira.
Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da AstraZeneca para a UE, exigindo o executivo comunitário que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.
A meta de Bruxelas é que, até final do verão, 70% da população adulta esteja vacinada.
Datados de final desta semana, os dados divulgados pela instituição revelam também que foram já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas.
Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Janssen (grupo Johnson & Johnson).
Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da AstraZeneca (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).
Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da AstraZeneca (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).
A AstraZeneca tem estado envolta em polémica devido à incapacidade de distribuição para a UE e também à exportação de vacinas de fábricas na UE para países terceiros, nomeadamente para o Reino Unido, o que levou Bruxelas a criar em janeiro passado um sistema de controlo de tais operações.
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