O autarca de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, adiantou que o pedido para que fossem acionados “todos os planos de contingência dos atendimentos ao público” nestes serviços foi feito pela Proteção Civil Municipal, através da Proteção Civil Distrital.

“A maioria [dos serviços públicos] já estava encerrada ou com atendimento por marcação”, mas a Proteção Civil Municipal considerou que “todos os serviços de atendimento ao público que não os municipais” - estes fechados há dias - “deveriam fechar imediatamente para atendimento presencial” e “é isso que está implementado neste momento”, explicou.

Nesta situação, exemplificou, estão os serviços do Instituto do Emprego e da Formação Profissional, que “já tinha suspendido as ações de formação e que só em casos muito urgentes estava a fazer atendimentos”, da Segurança Social, que também só estava a atender “um ou outro caso urgente”, correios, tribunal, finanças e conservatórias.

Um idoso, com cerca de 70 anos, infetado com COVID-19 e utente do lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), onde começou o surto da doença em Reguengos de Monsaraz, morreu na quarta-feira, ao final do dia, segundo anunciou hoje a câmara municipal, em comunicado.

Esta foi a primeira morte registada entre os utentes do lar, desde que, há precisamente uma semana, foi conhecido o caso inicial de COVID-19 neste equipamento.

O autarca revelou hoje à Lusa que o idoso, que tinha testado positivo para a doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, encontrava-se “internado no lar” e “teve uma evolução negativa fulminante”, acabando por morrer.

“De imediato transmitimos a nossa consternação e sentimentos à família e aos amigos”, afirmou José Calixto, lamentando esta “fatalidade”.

Segundo a autarquia, no comunicado enviado hoje de manhã, há registo no concelho de “122 casos positivos acumulados” de COVID-19, “oito dos quais curados e 114 ativos”.

Dos ativos, 92 são no lar da FMIVPS, com 70 utentes e 22 trabalhadores infetados.

No Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), estão internados quatro utentes do lar, “um em cuidados intensivos e três em enfermaria, alguns com apoio de oxigénio”, e um profissional da mesma instituição de apoio à terceira idade.

Os outros 22 casos ativos são na comunidade, o que representa “uma evolução de três” pessoas em relação a terça-feira, explicou José Calixto, frisando, contudo, que estes novos infetados “já estavam em quarentena”.

“Os três novos casos já estavam confinados anteriormente, o que é um sinal de esperança na situação epidemiológica na comunidade, uma vez que estes números referem-se a mais de 700 testes” já realizados, argumentou.

Na Área Dedicada COVID-19 de Reguengos de Monsaraz, nos pavilhões multiusos do parque de feiras e exposições da cidade, “irão ser feitos hoje cerca de 400 a 450 testes”, realçou o autarca, para exemplificar a “situação muito complexa” com que as autoridades estão a lidar no concelho, mas que requer “tranquilidade”.

“Temos que manter a tranquilidade possível perante um cenário que, na comunidade, tem um sinal ainda não muito negativo, apesar destes 22 casos”, defendeu, referindo que cabe à Autoridade de Saúde decidir a adoção de “medidas mais drásticas”, como um cerco sanitário, que só se justificará “numa situação de descontrole na propagação” da doença na comunidade, o que “não existe neste momento”.

Portugal contabiliza pelo menos 1.549 mortos associados à COVID-19 em 40.415 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).