Esta posição foi defendida pela deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos na abertura do debate parlamentar sobre o projeto de decreto presidencial que renova o estado de emergência em Portugal por novo período de 15 dias, a partir de 01 de abril.
"Vamos hoje aprovar o 14º estado de emergência [em Portugal], porque precisamos dele, porque constatamos pela experiência de vários países, a começar pelo nosso, que uma pandemia exige planos nacionais com rigorosa articulação de vários níveis de serviços e complementaridade das diversas intervenções, onde a defesa sanitária das fronteiras assume uma importância central", declarou Maria Antónia Almeida Santos.
Na sua intervenção, a dirigente socialista sustentou que, no atual quadro de pandemia, a liberdade individual de cada cidadão "teve imperiosamente de ceder à liberdade coletiva, porque o direito à saúde é hoje o primeiro dos direitos".
"Desde o início da pandemia, os responsáveis pela sua gestão, cumpriram a primeira regra da comunicação de crise: Usaram transparência, abertura e honestidade. Nós, deputados e demais decisores, não podemos passar sem a intuição e o conhecimento dos cientistas que estão a tornar o futuro possível", afirmou.
Neste ponto, Maria Antónia Almeida Santos defendeu que as medidas a adotar no combate à covid-19 "têm de ser evolutivas e adaptadas à situação epidemiológica".
"Sabemos que apesar da incerteza temos capacidade instalada para testar, para vacinar e que caminhamos para a imunidade de grupo que tanto nos tem custado", disse.
No seu discurso, a deputada do PS também defendeu a tese de que a resposta à pandemia será mais eficaz quanto maior for a capacidade de se criar uma cadeia de confiança, elogiando em seguida os profissionais de saúde.
"Não confundimos o isolamento como medida preventiva e como resposta conjuntural a um fenómeno epidémico com qualquer legitimação da xenofobia e da desconfiança. Os responsáveis políticos de todo o mundo, mesmo aqueles que radicalizam o protecionismo, devem compreender que qualquer resposta para ser estrutural e globalmente efetiva tem de assentar na cooperação, na partilha científica e técnica de dados e estratégias", advertiu.
Maria Antónia Almeida Santos deixou ainda críticas a quem tem atacado a forma como a covid-19 tem sido combatida em Portugal, contrapondo que a trajetória epidémica do país tem estado em contra ciclo.
"Já fomos dos piores, hoje somos dos melhores. Ignorar deliberadamente esse facto para assumir uma atitude de bloqueio, tendo em vista visibilidade política, é inútil, perigoso, mas é sobretudo algo que os portugueses não merecem e que não deixarão de registar", avisou.
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